Pra gays, lésbicas e héteros de SP, hoje tem um programão: beijaço e caminhada na Av. Paulista! Adoro essa ideia do beijaço, que ganhou repercussão internacional quando foi realizado em frente ao papa. É uma forma totalmente pacífica e bonita de se ma
nifestar. E que causa o maior desconforto aos homofóbicos. Pais de família: se vocês não quiserem que seus rebentos sejam expostos a essa pouca vergonha (lógico: amor e sexo são vergonhosos!), porque se seus filhos virem dois homens se beijando, automaticamente virarão gays, não levem a prole à doceria Ofner da Al. Campinas, 1160 hoje, às 18 horas. É lá que acontecerá o beijaço. Por que em frente a Ofner? Porque, na semana passada, um segurança da doceria interrompeu um abraço de um casal gay, dizendo que “isso aqui é um lugar de família” e “dois homens se pegando é coisa de bicha”. O casal foi falar com o gerente, que afirmou que o casal estava “incomodando as pessoas”. Agora, o casal vai processar a loja.
ontra a homofobia não deve ser uma luta apenas dos homossexuais. Outro dia, numa das discussões em sala sobre preconceito, logo o meu aluno mais querido e fofinho disse que não era homofóbico, mas que não tinha nada a ver com os gays, e, portanto, não achava que devia mover uma só palha por eles, porque o preconceito contra eles não o afetava. Eu perguntei se era bom pra ele, pros filhos que ele talvez venha a ter, viver numa sociedade homofóbica, ou numa sociedade machista, ou numa sociedade racista — se é isso mesmo que ele quer, continuar vivendo num mundo cheio de preconceitos, em que pessoas são agredidas, discriminadas e até assassinadas apenas por serem homossexuais, ou mulheres, ou negras. Ele refletiu e viu que não, não era bom. Olha, tenho um mon
te de alunos brilhantes, muito inteligentes mesmo, gente boa que simplesmente nunca parou pra pensar em assuntos que, pra eles, não parecem importantes. Mas são.