rcuncisão, a retirada do prepúcio. Um leitor, o Wagner, disse que considera a circuncisão algo tão violento quanto a mutilação genital feminina (a retirada do clitoris), e a Iseedeadpeople, que é médica, respondeu que não há relação nenhuma entre as duas mutilações, já que a remoção do prepúcio não afeta o prazer sexual do homem. Acho que não dá pra comparar mesmo. Mas vem crescendo a força de movimentos contra a circuncisão masculina, sabia? Muita gente vê esse método milenar como uma violência, um tipo de castração, e prefere deixar o menino “inteiro”. O problema em não tirar a pele do prepúcio é que pode juntar sujeira, por um único motivo: como somos puritanos, ninguém ensina a um garoto a forma correta de limpar o pênis.
ircuncisão masculina é uma dessas coisas tão naturais que eu demorei décadas pra descobrir que há inúmeras controvérsias a respeito. E nessas horas eu fico feliz por não ter filho, porque seria uma das ocasiões em que eu não saberia o que fazer: circuncidar ou não o menino? Por um lado, conheci poucos pênis não-circuncidados. Existe um certo preconceito contra eles; muitas mulheres dizem que eles têm uma aparência esquisita. E há esse problema da limpeza: se a circuncisão é uma cirurgia rápida realizada em bebês machos, por que não fazê-la para impedir algum problema que possa surgir? E apareceu até uma reco
mendação (polêmica e discutível) da ONU dizendo que a circuncisão pode ajudar a prevenir o vírus HIV. Por outro lado, tirar uma pelinha de um menino, sem perguntar a ele o que quer, só por causa de uma tradição, também não me parece certo. Além disso, até o século retrasado o pessoal sugeria a circuncisão (sem anestesia!) como uma forma de inibir (e punir) a masturbação entre meninos. E pô, é altamente estranho tratar o prepúcio como se fosse um defeito de nascença. E aí, o que você acha?