Nossa vida é um eterno desfile de moda.
r gostado muito mais de Sex and the City 2 que do primeiro. Ok, deixe-me reformular: não gostei do primeiro (não que eu me lembre muito dele). E gostei do segundo. Ahn, não que eu me lembre muito dele tampouco, e olha que o vi faz três dias. Mas ele me agradou bem mais, por motivos difusos que tentarei expor nesta crônica.
não consigo escrever esse nome sem pensar em coisas fálicas). Desta vez, até as begônias magníficas que enfeitam meu novo jardim sabem que Sex 2 foi feito apenas pra render uma grana preta. O papo de “é uma homenagem à série e às fãs” não cola mais. (Ahn, antes que alguém me desminta, não sei se são begônias. Não faço a menor ideia. Mas são magníficas, e meu jardim é novinho em folha, so there).
com a cobertura em Manhattan mas mesmo assim têm um apê gigante com walk-in closet, usou palavras como “abrimos mão do paraíso mas guardamos um pedacinho do céu”. Vai te catá, muié! Os EUA seguem em crise! E o casalzinho yuppie não tem um apê em Manhattan, mas dois! No que deve ser o metro quadrado mais caro do mundo! E ela continua com aquela fixação patológica por sapatos! Opa, tô perdendo o fio da meada... Vou voltar ao "calma". Recuperando: apesar dessa ostentação toda
que me faz passar mal, eu me identifiquei com a história de “será que vamos virar um casal chato que tem TV no quarto e come em casa?”. Ela e Big entram na rotina monótona de um casamento monogâmico após apenas dois anos. Tente vinte anos, darling. E eles também optam por não ter filhos, como eu e o maridão. Claro que eu e o maridão somos caseiros, e há poucas coisas melhores na vida que ver Aconteceu Naquela Noite abraçadinhos. E meu deus, meu sonho de consumo é poder pedir comida em casa toda noite, de restaurantes diferentes, sem me preo
cupar com o custo, e podendo dar gorjeta. Nisso eu fecho com o Big: quem quer sair pra farrear toda noite? Uma vez por ano já tá bom pra mim.
bai faliu, as patricinhas de meia idade ficam deslumbradas com o luxo, e o maridão me perguntou, depois da sessão, como alguém que já é rico fica babando pra riqueza. Expliquei que, embora qualquer personagem de Sex seja riquíssima comparado com a gente, em NY elas são “apenas” classe média alta. Por exemplo, com elas não têm carro, surpreendem-se por receber uma limousine com chofer particular. E elas não são tão ricas a ponto de poder pagar 22 mil dólares por uma diária de hotel.
A mensagem que Sex passa do Oriente Médio é que o pessoal por lá é extremamente recatado sexualmente, mas que ao menos as mulheres gastam os petrodólares dos maridos para adquirir a última coleção primavera-verão das passarelas nova-iorquinas. Ninguém vai ver o que você usa por baixo da burka, mas o importante é que você gaste milhares de dólares naquela blusinha que te fará sentir bem. Só um minuto pra eu dar uma corridinha ao banheiro.
(eu temia o pior: que Sex reproduzisse Tailândia em Diário de Bridget Jones 2; felizmente não acontece), o filme tem um viés feminista que estava ausente do primeiro. Miranda e Charlotte batem um papo quase sincero sobre como ser mães não as completa. Outros temas dignos estão presentes: a mudança do corpo na menopausa, o costume patriarcal de adotar o sobrenome do marido, a falta de voz num mundo masculino, a importância da amizade entre mulheres. As quatro, e outras senhoras presentes, cantam “I am woman”, que fala da força
feminina. E, graças a Samantha e ao público gay de Sex, que é enorme, temos um pouco de objetificação masculina. Pra cada close dos seios sem sutiã da babá, vemos um close de uma sunga bem preenchida. E Sam tem um ou outro momento divertido, como quando ela grita, no karaoke, que é uma mulher e que sua mesa está logo ali.
gostou.