Se quando eu morava em Floripa houvesse o mercado que tenho aqui em Joinville, a um quarteirão de casa, seria uma mão na roda. Em Detroit também. Mas aqui, como temos carro, costumamos ir a supermercados no centro uma vez por semana. E perto de casa com
pramos pão, frutas e verduras. Há uma verdureira muito boa. O único problema é que, por mais que ela seja grande, ainda funciona à moda antiga: pesam os itens na sua frente, e o pessoal vai somando numa calculadora. Você não vê os números que eles estão digitando lá. O maridão, que é quem ama frutas e por isso compra lá direto, sempre se sente roubado.
ãezinhos pra ela também. Foi só isso que comprei: três pães numa sacolinha, mais oito em outra, e cinco tomates. O dono do mercado seria um sério candidato a pessoa mais antipática do universo. Sabe o tipo incapaz de sorrir? Ele que estava no caixa. Pra começar, não sei por que pessoas assim, carrancudas, insistem em trabalhar com o público. Deviam ficar isoladas num escri. Bom, como fazia um tempão que eu não comprava ali, não sabia que tinha que pesar os tomates lá longe (pensei que pesassem no caixa). Mas tudo bem, ele pediu pra um
dos funcionários ir lá pesá-los, e enquanto isso foi passando os pães. Fiquei feliz que agora eles têm uma tela de computador e os clientes podem ver os preços computados. Por isso, estranhei: os meus oito pães custaram R$ 1,10, e os três da minha mãe, R$ 0,90. Olhei pra sacolinha e tava marcado 0,40. Perguntei pra ele: “Esses pães são 0,40 ou 0,90?”. Ele olhou, olhou, olhou pra tela do computador, tentou me convencer que era 0,90, até que a mulher dele perguntou quantos pães eram e afirmou que o preço certo seria 0,40. Então o sujeito olhou pra sacola de novo e disse que o 4 que a moça tinha escrito tava fechado e parecia um 9. Mas sabe, nem um pedido de desculpas, nada. Olha, erros acontec
em, eu sei. Acho péssimo que aconteçam quando você está comprando apenas três itens e o mercado está vazio. Nessas horas tem que pedir muitas desculpas, na minha opinião. Pra ao menos fingir que isso não acontece sempre. E, se o patriarca é arrogante demais pra pedir desculpas, que ao menos a mulher e o filho, que presenciaram a cena, façam isso por ele (já que o aturam).
caixinha (o martírio dos comerciantes e do Banco Central, pois poucas moedas circulam). E eu tinha pegado na caixinha várias moedas de 25 centavos. Tava lá, organizando os 3,33 que deveria pagar, e o cara já foi colocando a mãozona em cima das moedas. Espera eu terminar, pô! Qual é a pressa? Não tinha ninguém atrás de mim.
ado nos finais de semana. Fiquei com vontade de comer um pedacinho mínimo de costela. Quando o maridão tá aqui nunca dá pra fazer isso, porque ele está cada vez menos fã de carne (bom pra ele!). Mas eu entrei querendo comprar uns 200 gramas pra mim. Não era nem 11:30, o restaurante vazio ainda. Um senhor no balcão me disse o preço (19 o quilo!), e pediu para que alguém da cozinha (que não dava pra ver) saísse e cortasse um pedacinho de costela pra mim. E aí mais nada a
conteceu. Eu fiquei lá esperando durante uns cinco minutos, enquanto me deprimia com a ideia de comer carne (eu sinto culpa), e mais ainda por ver um passarinho numa gaiola minúscula. Odeio gente que tem passarinho em gaiola, já falei? Vi que o negócio ia longe e desisti. Inventei uma desculpa (por que a gente faz isso?), disse que eu voltaria amanhã pra comprar carne, e o homem só respondeu “Ah, tudo bem”. Fui embora pra nunca mais voltar.