Na quinta estava em Floripa e fui almoçar com umas amigas num restaurante por quilo. Na fila quilométrica, encontrei um rapaz que está estudando na UFSC e que foi meu aluno uns quatro anos atrás. Nem reconheço meus ex-adolescentes direito. Eles crescem e mudam de voz
(e acho um barato acompanhar essa mudança). Bom, a crônica abaixo não é sobre esse aluninho específico. Ela deve ter uns seis ou sete anos, por aí, e descreve um passado ainda mais distante, de quando eu dava aula de inglês e era coordenadora acadêmica de uma escola de idiomas, e de vez em quando apareciam uns fãs das minhas crônicas do jornal pra me conhecer pessoalmente. Falando assim, até parece que era uma peregrinação sem fim. Acho que foram umas três vezes. Numa delas o sujeito levou bombons. Mirem-se no exemplo, pessoas.
r na escola. Era hora do intervalo, eu conversando com alguns meninos, e chega o meu simpático fã, um homem da minha idade. Durante a habitual troca de gentilezas ("Você é a Lola?!" "Eu mesma, em carne e gordura" etc), os adolescentes observavam incrédulos – eles não conseguiam acreditar que alguém no mundo podia querer me conhecer (eu também tenho dificuldade em acreditar). O carinha criticou que os jovens de hoje não têm mais tempo pra nada, nem pra ler jornal, nem pra ir à missa. Acho que este foi um mau exemplo, pois os adolescentes se entreolharam antes de rir. Quando o rapaz perguntou de onde eu era, meus queridos adolescentes, que sabem das minhas origens argentinas,
rapidamente murmuraram: "Duvido que ele ainda vai querer o autógrafo dela". Mas ele quis, foi muito gentil e teve de ir embora. Assim que ele saiu, os teens me perguntaram: "Seu marido sabe que você tem um amante?" e "Ele viu o seu filme?".
eiro de terrir em que eu matava vários amigos e, no final, eles ressuscitavam e dançavam "Thriller", do Michael Jackson (daí você pode ver que o negócio é antigo). O título era "Lola, A Estranha". Se Deus for misericordioso, a fita se estragou com o tempo e eu não corro a mínima chance de ser chantageada. Mas os adolescentes não quiseram nem saber. Meu timing foi tão ruim que a partir daí eles passaram a me chamar de "porn star". Mas eu ainda gosto deles mesmo assim.