As estréias desta semana parecem bem sem graça, pra ser franca. Aqui nos EUA a luta livre vai ficar entre o veículo pro Steve Carell, Agente 86 (que também chega hoje ao Brasil), e o veículo pro Mike Myers, The Love Guru (Guru do Amor estréia aí daqui a um mês, dia 25 de julho). Todo mundo se pergunta por que duas comédias com um público-alvo tão parecido são lançadas exatamente no mesmo final de semana. A explicação dos estúdios: as outras datas também estavam complicadas. É verdade. Semana passada Hulk e Fim dos Tempos (um fracasso que dificilmente vai se pagar) ocuparam as salas, e sexta que vem é a vez de Wall-E e Procurado. Agente 86 leva vantagem, ainda mais com as reportagens que andam saindo na imprensa dizendo que o Mike Myers é um dos carinhas mais difíceis de Hollywood. Vou passar longe de Guru, até porque a comédia parece feita sob encomenda pra eu detestá-la: junta humor físico nojen
tinho com pitadas de auto-ajuda, desrespeita toda uma cultura (a indiana), e traz no elenco, além do Myers, que já é bastante insuportável, a Jessica Alba e o Justin Timberlake. Será que eles pesquisaram o tópico “Coisas que a Lolinha Não Tolera” antes de fazerem o filme? Já Agente 86 eu cri-critiquei o trailer. Não espero muito da comédia mas vou vê-la, sem grande entusiasmo. No Brasil, além de Agente 86, chegam Cinturão Vermelho, um filme do David Mamet sobre jiu-jitsu, e Guerreiro Didi e a Ninja Lili. E também um filme israelense chamado A Banda, um francês, A Questão Humana, um americano, Casamento em Dose Dupla, que nunca ouvi falar na vida, com Diane Keaton e Liv Tyler, e um australiano, Romulus, Meu Pai, com o Eric Bana (que também da o ar de sua graça em A Outra). Sei que tem muita gente que faz careta ao ouvir o nome de Didi e os Trapalhões, mas tem diferença entre ele e o Mike Myers? Ou entre
Didi e as comédias acéfalas do Eddie Murphy? Pelo menos Didi fala português e tem um humor mais ingênuo, menos agressivo (eu acho; faz séculos que não vejo nada dele). E nenhum desses filminhos foi feito pensando na minha faixa etária mesmo. Assim falou Matusalém.