Lula e o sindicalismo em crise nos EUA
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Lula e o sindicalismo em crise nos EUA


Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Por Altamiro Borges

No domingo passado, o ex-presidente Lula participou da abertura do Congresso Nacional do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Automobilística e Aeroespacial dos EUA (UAW), em Washington. Num discurso de improviso, o ex-líder sindical brasileiro conclamou os operários estadunidenses a participarem mais ativamente da luta política. “Se eu virei presidente, por que não podemos concorrer a mais cargos eletivos?”, afirmou. Lula insistiu que a luta política é decisiva para o avanço das conquistas trabalhistas.

“Os trabalhadores precisam defender a si mesmo e não delegar a políticos que nunca estiveram num chão de fábrica. Ninguém mais vai defender os trabalhadores, e vocês sabem disso”. Lula também pregou a urgência da unificação mundial das lutas sindicais. “Na era da globalização, precisamos globalizar os direitos dos trabalhadores”. E aproveitou para criticar a ofensiva do patronato nos EUA contra o sindicalismo, citando o caso da Nissan, em Mississipi, que persegue os sindicatos. “Não podemos deixar isso acontecer”.

O recado de Lula teve endereço certo. Os EUA, tão paparicados pelas elites colonizadas como “a pátria da democracia”, vivem hoje brutal regressão. Com o agravamento da crise no coração do capitalismo, a partir de 2008, os governos ligados ao capital financeiro – tanto o de George W. Bush como o de Barack Obama –, passaram a golpear os direitos trabalhistas e a arrochar salários, aproveitando-se das taxas recordes de desemprego. Temendo a resistência operária, eles também endureceram a repressão aos sindicatos.

Frutos destes fatores objetivos e subjetivos, o índice de sindicalização nos EUA despencou nos últimos anos. Na década de 1950, ele era de 40% da força de trabalho; atualmente, apenas 7% dos trabalhadores estadunidenses são sindicalizados – um dos piores índices do planeta. A ofensiva contra o sindicalismo permite as maiores barbáries do patronato. Cerca de 40% dos trabalhadores ianques não tem um sequer um único dia de folga remunerada, seja por doença, férias ou a título de licença maternidade.

A poderosa Walmart, maior empregadora do país, é também o maior exemplo da regressão trabalhista e sindical nos EUA. Com mais de 1 milhão de funcionários, ela não tem um único trabalhador sindicalizado. Sem representação sindical, o trabalhador é vitima de brutal exploração na jornada, nos salários e nas condições de trabalho. Outro exemplo é o da Nissan, citado por Lula. A multinacional japonesa não permite qualquer representação sindical e não respeita os poucos direitos trabalhistas existentes nos EUA.




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