Meninas palestinas choram pelas vítimas do bombardeio de sua escola.
lestina. Nasci em 6/6/67, no mesmo dia em que começou a Guerra dos Seis Dias. Foi nessa guerra que Israel surrupiou a faixa de Gaza e outras terras, terras que não foram devolvidas até hoje, 41 anos depois. Meu sobrenome, Aronovich, é ucraniano, vem dos meus avós de parte de pai, que, se seguisse à risca o costume que a mãe passa a religião judaica ao filho, seria judeu. Mas meu pai era ateu, não tinha a menor afinidade com o judaísmo, e achava Israel imperialista e criminoso em suas ações. Às vezes eu considerava
as declarações do meu pai extremadas, anti-semitas até, e as criticava.
anas (apesar de eu não achar que nós, mulheres ocidentais, sejamos livres e bem-tratadas, como se apenas as muçulmanas fossem oprimidas). Em Israel existe algo parecido com uma democracia, e muitos amigos meus, inclusive não-judeus, passaram uma temporada em kibutz em Jerusalém e só têm boas lembranças de viver numa coletividade. Pronto. Qualquer admiração que eu tenha por Israel termina aí.
ta a cada dia) para constatar que de um lado as vítimas são centenas de civis, mulheres e crianças, e do outro são duas dezenas, na maior parte soldados. Já está como este placar, 900 palestinos mortos contra 20 israelenses? Como é possível olhar para tais números e dizer que “não se pode vilanizar um só lado”? A justificativa que muitas pessoas pró-Israel dão de que montes de palestinos são “escudos humanos” é absurda. Não é que o
exército israelense mate civis palestinos, são os civis palestinos que se põem na mira do exército israelense, coitado. É isso? Parece que os pró-Israel, ao apontar essa hipótese ridícula de que o Hamas põe mulheres e crianças nos tetos de alvos, estão dizendo que esses civis, assim que adivinham a escola ou o hospital da vez que o exército israelense irá bombardear, correm pra lá e esperam quietinhas os mísseis caírem sob suas cabeças. E morrem feliz
es, claro, porque são todos terroristas em potencial mesmo, a quem foram prometidas virgens pelo sacrifício (não sei bem a utilidade que mulheres e crianças têm para virgens, mas enfim). Todos os palestinos são vistos como fanáticos religiosos, prontos pra se auto-explodirem, mas por que Israel não é considerado um estado terrorista? Por que, quando se trat
a da ação pessoal ou de um pequeno grupo como o Hamas, é terrorismo, mas quando é um governo inteiro, é defesa dos interesses nacionais? Em Israel o alistamento militar é obrigatório. Os jovens não têm opção e precisam “lutar pelo seu país”. Como exatamente essa mentalidade é diferente da dos palestinos, que crescem achando que precisam lutar pelo seu povo? 
. É ótimo que as nações ocidentais ricas sentiram-se culpadas com o genocídio de judeus na Segunda Guerra e decidiram dar-lhes um país (bem que podiam estender essa generosidade indenizando a África, a quem exploraram durante séculos). Mas eu não posso apoiar um estado israelense sem apoiar também um estado palestino. Os palestinos merecem seu próprio país, tanto quanto Israel. 
que odeiam Israel? Não sei porquê, mas aposto que não. Uma guerra assim, como a de agora, só faz aumentar o ódio.
listar no exército e são considerados traidores por seus compatriotas. A maior parte dos israelenses apóia a guerra. É sempre assim: quando um país ataca outro, a população do país que ataca se une e fica a favor. Por que um patriotismo estúpido fica acima do pacifismo, do humanismo? Sou contra toda e qualquer guerra. E o fato de um dos lados ter sofrido um histórico de opressões não lhe dá permissão para massacrar um outro povo.