“Marcha contra corrupção”. Quem agita?
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“Marcha contra corrupção”. Quem agita?


Foto: Marcello Casal Jr-ABr
Por Altamiro Borges

Estão previstas para este 7 de setembro, Dia da Independência, “marchas contra a corrupção” em capitais e importantes cidades do país. O objetivo até parece nobre, mas seus organizadores são mais sujos do que pau de galinheiro. Visam utilizar a bandeira da ética para esconder sua frustração com a derrota nas eleições presidenciais de 2010. O intento é desgastar o governo Dilma.


Entre os promotores do “protesto espontâneo” estão os velhacos tucanos. “No 7 de setembro, a Juventude do PSDB-SP realizará atos contra a corrupção. Aproveitando as comemorações da data, a JPSDB-SP reunirá os jovens do Estado de São Paulo para se manifestar contra as sucessivas denúncias de corrupção que atingem membros do governo federal”, revela o sítio dos tucaninhos.

O cinismo dos tucaninhos

O cinismo dos organizadores é escancarado. Para enganar os ingênuos, eles generalizam as críticas à corrupção, citando inclusive a deputada federal Jaqueline Roriz, que acaba de escapar de um processo de punição na Câmara Federal. Só deixaram de avisar os incautos que a parlamentar foi eleita pela primeira vez pelo PSDB e que ela foi flagrada com dinheiro no bolso no famoso “escândalo do mensalão do DEM”, liderado pelo ex-governador José Roberto Arruda, o “vice-careca” do tucano José Serra.

“Em um dia histórico para o nosso país, as juventudes municipais do PSDB de todo o Estado estarão reunidas por um único motivo: pedir um basta à corrupção”, agita Paulo Mathias, presidente da Juventude do PSDB de São Paulo. Ele poderia aproveitar para pedir a apuração das denúncias de desvio do dinheiro público na prefeitura de Pindamonhangaba, lideradas pelo cunhado do governador Geraldo Alckmin, ou para exigir que a mídia demotucana dê mais notícias sobre Paulo Preto, o “caixa” de Serra.

O patético blogueiro da Veja

Outro “agitador” das marchas é o blogueiro da Veja, Reinaldo Azevedo. Ele até publicou um roteirinho dos protestos. “Diversos grupos espalhados por todo país preparam pelo menos 38 manifestações contra a corrupção em 35 cidades. Milhares de pessoas já confirmaram presença nos eventos por meio das redes sociais”, comenta, excitado, o patético capacho da famiglia Civita.

Nos últimos dias, ele ficou meio atordoado com as denúncias sobre os crimes da Veja para espionar o ex-ministro Dirceu. Ele até reclamou do restante da mídia demotucana, que preferiu não apoiar as ações mafiosas da sua empregadora. Daí sua agitação em defesa da “marcha contra a corrupção” para desviar a atenção. Se Dilma fosse mais ousada, a famiglia Civita seria processada e o seu blogueiro predileto até poderia perder sua boquinha!

Os aliados perigosos

Por último, entre os apoiadores do “marcha”, vale citar a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Nesta terça-feira, dia 6, ela homenageou com a “medalha do mérito” os senadores que lutam contra a corrupção. A Firjan só não falou nada sobre os empresários que sonegam impostos, que desviam dinheiro para os paraísos fiscais ou que abocanham bilhões de subsídios públicos.

Entre os homenageados, a senadora ruralista Ana Amélia, do PP – que nada falou sobre o trabalho escravo no campo brasileiro – e o senador Pedro Simon, do PMDB gaúcho. Este aproveitou para elogiar a convocação da “marcha contra a corrupção”. “Esta é a primeira vez em que atos são convocados no país, através das redes sociais e, pelo resultado verificado nos países árabes, estamos esperançosos”.

O senador, que gosta de se apresentar como um ético franciscano, só não explicou porque nunca apoiou os protestos contra as maracutaias descaradas da ex-governadora Yeda Crusius, a quem deu apoio até a última hora. Como se observa, a “marcha contra a corrupção” no 7 de setembro tenta se aproveitar de um mote aparentemente justo, o da ética na política, com interesses mais sujos do que pau de galinheiro.




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