Por Frei Betto, no jornal Brasil de Fato:Em agosto faz 40 anos que frei Tito de Alencar Lima foi induzido ao suicídio, na França, devido às torturas sofridas sob a ditadura militar no Brasil. Tinha 28 anos. Fomos companheiros na Ação Católica, na Ordem Dominicana e no Presídio Tiradentes.
Na sexta, 8 de agosto, haverá celebração eucarística, às 19h, na igreja de São Domingos, em São Paulo (rua Caiubi 164), de onde Tito, em companhia de outros frades, foi retirado pelo delegado Fleury, em novembro de 1969, para ser seviciado no DEOPS.
Preso até janeiro de 1971, Tito foi libertado graças ao sequestro do embaixador suíço. Banido do Brasil e enviado para o Chile, refugiou-se na França.
No sábado, 9 de agosto, a partir de 9h30, haverá o seminário “Frei Tito e a revolução brasileira”, no auditório do Colégio Rainha da Paz (R. D. Elisa de Moraes Mendes 39, Alto de Pinheiros, São Paulo).
Alfredo Bosi abordará “Recordar frei Tito hoje”. João Pedro Stédile e padre José Oscar Beozzo falarão sobre “Sentido histórico da ditadura civil-militar no Brasil e o papel da Igreja na resistência armada”.
Após o almoço comunitário (a preço de R$ 8), Mariana Pasqual Marques e Ivo Lesbaupin abordarão “Educação popular como caminho para a libertação”.
O tema “Socialismo e lutas contemporâneas” será tratado pelo Levante Popular da Juventude e por mim. O evento se encerra às 17h.
Inscrições (gratuitas) e informações pelo site www.freititovive.wordpress.com e pelo facebook.com/freititovive
Recordar o testemunho militante de frei Tito neste ano de 2014, que marca o cinquentenário do golpe militar, é resgatar o exemplo de todos, homens e mulheres, que lutaram na resistência à ditadura.
O Brasil ainda guarda fortes sequelas dos 21 anos de regime militar (1964-1985) e nossa democracia permanece dominada pelos mesmos grupos econômicos que, patrocinados pela Casa Branca, subverteram nossa ordem constitucional e implantaram o terror como forma de governo.
Comemorar (no sentido de fazer memória) frei Tito é combater o memoricídio, esse empenho das forças conservadoras para impedir que os jovens conheçam a história recente do Brasil.
É estarrecedor constatar que, ainda hoje, nossas Forças Armadas, em resposta cínica e mentirosa à Comissão Nacional da Verdade, declarem que nenhuma instalação militar foi utilizada no período da ditadura para violar direitos humanos...
Tito, Rubens Paiva, Stuart Angel e tantos outros que perderam a vida em mãos de militares torturadores e assassinos são homens insepultos. O exemplo e o sacrifício deles clamam por justiça e fortalecem a esperança de tantos que, hoje, nas ruas, lutam por direitos sociais, pelo aprimoramento de nossa democracia (votemos no plebiscito pela reforma política na Semana da Pátria!) e por alternativas ao capitalismo, que aprofunda a desigualdade e a exclusão sociais.
Ciclistas participam da pedalada pelada na Avenida Paulista (Foto: Fábio Tito/G1) O G1 saiu de bicicleta para acompanhar de perto o protesto mais inusitado do último final de semana em São Paulo. Entre os atos de dimensão nacional em...
O conjunto de movimentos sindicais, populares, pastorais sociais, parlamentares progressistas e intelectuais comprometidos com a luta do povo brasileiro, vem por meio desta nota prestar solidariedade ao companheiro João Pedro Stedile, histórico militante...
Por Frei Betto, no jornal Brasil de Fato: Sabemos que o povo latino-americano é profundamente religioso. Pergunte a um pequeno agricultor qual a sua visão de mundo e, com certeza, receberá uma resposta de caráter religioso. Sabemos todos? Quase todos....
Por Mariana Viel, no sítio Vermelho: As iniciativas políticas que o governo da presidente Dilma Rousseff tem adotado no sentido de esclarecer os crimes cometidos durante a ditadura militar brasileira (1964-1985) continuam encontrando a resistência...
Por Frei Betto, no sítio da Adital: Desde 1981 visito a Itália, anualmente, para proferir uma semana de palestras a convite da associação de solidariedade internacional Rete Radié Resch, de perfil cristão. Em 1999, numa pequena cidade do interior...