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60 tons de Estado - GUSTAVO PATU
FOLHA DE SP - 27/12
BRASÍLIA - Em 1997, o governo FHC vendeu a Vale por uma pequena fração do atual valor de mercado da companhia, dado que excita tanto entusiastas quanto detratores do programa de privatização.
Para os primeiros, uma demonstração do acerto de livrar a empresa da politicagem e do empreguismo da gestão estatal; para os segundos, a prova de que o patrimônio do povo se perdeu a um preço aviltante.
O episódio se tornou simbólico a ponto de os mais radicais terem levantado a bandeira da reestatização, enquanto tucanos apontam a recusa dos petistas em seguir a ideia. Mas o calor da altercação ideológica e partidária deixa o mais interessante de lado --o governo nunca saiu da Vale.
No atual quadro de acionistas estão o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil e uma subsidiária do BNDES, numa participação grande o bastante para, por exemplo, forçar a troca do presidente da empresa no primeiro ano do mandato de Dilma Rousseff.
Não se trata de um caso isolado, mas de um padrão seguido ao longo de mais de duas décadas de vendas de empresas e concessões de serviços públicos. Nesta semana, a Folha noticiou que o recém-privatizado aeroporto do Galeão passou a contar com 61% de participação estatal.
A associação de entidades controladas pelo poder público, grupos empresariais nacionais e o capital estrangeiro foi explorada por Sérgio Lazzarini no livro "Capitalismo de Laços", de 2010. "Mudar Tudo para Não Mudar Nada" é o título de um capítulo sobre a desestatização.
A citação é clássica e autoexplicativa, mas convém explorar as possibilidades de interpretação: o programa de privatização pode ter apenas criado uma nova e mais sofisticada fronteira da intervenção estatal na economia, novos tons cinzentos entre o público e o privado no país.
Petistas e tucanos poderiam, igualmente, sofisticar o debate eleitoral sobre o tema no ano que vem.
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