RISCO DO TROVÃO
A seca no sertão, se funde com o latifúndio da cerca do barão,O que agrava a situação do pobre que não vê a solução pro seu problema.É a escapatória pro seu dilema. Ser fraco ou ser forte, digno de pena, rumar pro sul ou ficar no Norte.Esta é a cena. Na encruzilhada da vida, não tem esquema. Não se evita o corte. Com um pouco de sorte, tentar enganar a morte.Com um pouco de sorte, tentar enganar a morte.Não pergunte pra mim, ate quando vai ser assim,Nascer no começo, morrer antes do fim. Nascer no começo, morrer antes do fim.Por misericórdia, veja a missão,A prévia da revolução... Clareou no céu o risco do trovão,Iluminando a cabeça do homem no chão.Ele insiste, resiste, persiste e não desiste ! Levanta a cabeça não fica triste (2x)A insistência que leva a perfeição destrói, destrói a opressão.O desespero, desespero, digno de assim ser. Expulsa o homem da terra, seus valores, raízes enterra. O alvo não erra, o medo declara guerra !O alvo não erra, o medo declara guerra !A fome desespera aquele que necessita, para ele a Santa Ceia nunca foi repartida,podres são lançados pelas mãos de amaldiçoados,arrancam de sua boca o pão que já não tem, mate-o logo, não o faça de refém.O cabôco tenta dar o troco, virar o jogo,Dar rasteira no mal, se agarra no chão,Como se esse fosse o seu final irmão.Clareou no céu o risco do trovão,Iluminando a cabeça do homem no chão.Pobre nordestino, retirante como o Menino Jesus,Foge da seca que é destino como o diabo foge da cruz.Clareou no céu o risco do trovão,Iluminando a cabeça do homem no chão.(Trupiada do Cazumbatuque)