A desordem como profissão - MIRO TEIXEIRA
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A desordem como profissão - MIRO TEIXEIRA


O GLOBO - 20/08

As gangues que se infiltram nas saudáveis manifestações populares, para desqualificá- las, quase sempre trazem os rostos encobertos e espalham o medo ao incendiar, saquear e depredar o patrimônio das pessoas, equipamentos públicos pagos pelos impostos de todos nós e empreendimentos privados, além de semear a dúvida em novos investidores que trazem empregos e buscam lucro e paz.

Não sei o que pretendem, mas dá para ver o que conseguiram. O apoio de oitenta por cento da população aos protestos já tem espaço para o debate entre o exercício do direito de expressão nas ruas e o direito de ir e vir de outras pessoas que descrevem transtornos provocados pelos acontecimentos.

As reações se confundem ao misturar os protestos contra a falta de compostura de políticos, com o vandalismo que surfou no asfalto ao lado do cinismo de posicionamentos demagógicos assumidos como resposta à "voz das ruas".

Para separar as coisas, os protestos que reclamam em favor dos valores da República devem continuar, o direito de ir e vir deve ser assegurado e os vândalos devem ser reprimidos, presos e processados.

No ataque a pessoas indefesas, não temos vândalos. Temos simplesmente bandidos, a serviço de algo que não está desvendado e que precisa sê-lo. Parecem constituir uma espécie de milícia política, para neutralizar a simpatia popular pelas manifestações do Brasil 2013.

O vulto dos protestos tornou-se incômodo para autoridades e a ação dos delinquentes veio a calhar, paralisando-os pelo medo que estabelece alianças do povo com o poder, em nome da ordem, coisa do tipo "ruim comigo, pior sem mim". Mas isso passa.

Quando o sentimento pela democratização do Brasil ganhou a população, os radicais da ditadura planejaram um atentado que mataria centenas de pessoas no show de 1º de maio de 1981, no Riocentro, Rio de Janeiro. Aos comunistas seria atribuída a sabotagem, fracassada pela explosão de uma bomba no colo dos agentes encarregados de executá-la.

Dois anos depois, milhões de pessoas foram às ruas, na campanha pela eleição direta dos presidentes da República e militantes partidários, munidos de rádios, procuravam identificar provocadores infiltrados e isolá-los, com a colaboração maciça dos verdadeiros manifestantes. A ditadura caiu.

Com as tecnologias atuais, aos manifestantes torna-se mais fácil isolar os delinquentes, sem prejuízo do livre debate sobre o direito de ir e vir dos não manifestantes. Riocentro nunca mais.




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