A estrondosa vaia que tomou as ruas do país - ROBERTO FREIRE
Geral

A estrondosa vaia que tomou as ruas do país - ROBERTO FREIRE


BRASIL ECONÔMICO - 21/06

O mundo de fantasia edulcorado pela propaganda petista começou a entrar em contato com o Brasil real assim que o nome de Dilma Rousseff foi anunciado aos torcedores que compareceram ao Estádio Mané Garrincha, no último sábado (15), para acompanhar o jogo de abertura da Copa das Confederações, e saudado com uma estrepitosa vaia.

Ao contrário do que os entusiastas do PT e da presidente poderiam imaginar, as vaias em Brasília foram sucedidas por protestos e manifestações que ganharam as ruas das principais cidades brasileiras.

A indignação generalizada, tão contundente quanto difusa à primeira vista, tem entre suas múltiplas causas justamente os gastos do governo federal para a realização da Copa do Mundo no Brasil.

No mesmo sábado em que a presença de Dilma foi repudiada pelos torcedores no Mané Garrincha, milhares de manifestantes deixaram claro, do lado de fora do estádio mais caro do Mundial de 2014, que não aprovavam o dinheiro público torrado para o evento do ano que vem.

Embora o governo do PT tenha prometido inicialmente que a construção das novas arenas seria viabilizada apenas com investimentos privados, os gastos desmedidos devem ultrapassar a exorbitância de R$ 28 bilhões, segundo estimativa do próprio Ministério do Esporte.

Somente nos estádios construídos ou reformados para a competição, a conta chega a R$ 7 bilhões, quantia sete vezes maior do que o valor estipulado em 2007 (R$ 1,1 bilhão), quando o Brasil ganhou o direito de receber a Copa. Desse montante, 97% é dinheiro público.

Além do repúdio aos gastos da Copa, a população brasileira tem ido às ruas para manifestar seu descontentamento com a inflação, atitude simbolizada pelos jovens do Movimento Passe Livre que se revoltaram com o aumento das tarifas do transporte público em São Paulo e espalharam essa causa, como fagulha, por todo o país.

O que começou como uma reivindicação localizada rapidamente ganhou dimensão nacional, com mobilizações organizadas pelas redes sociais e que abriram espaço para que os brasileiros empunhassem outras bandeiras como o combate à corrupção e à violência, mais investimentos nas áreas de saúde e educação e reforma política.

Na segunda-feira (17), mais de 250 mil pessoas participaram daquela que já é a maior manifestação popular desde o movimento pelo impeachment de Fernando Collor, em 1992.

Por mais que a propaganda oficial, tão afeita ao ludíbrio da sociedade, tente minimizar o impacto da onda de protestos que tomou conta do Brasil, é evidente que se trata de mais um sinal do esgotamento de um ciclo de poder cujo legado ao país é institucionalmente precário e moralmente indecoroso.

A permanente afronta ao Legislativo, ao Judiciário e à imprensa independente, a cooptação de parlamentares escancarada pelo mensalão, a fisiologia na ocupação de cargos públicos, a corrupção simbolizada por dinheiro na cueca, o uso desenfreado da máquina com fins meramente eleitorais e um completo descompromisso com a liturgia republicana são algumas das marcas deixadas nesses dez anos de governos do PT.

É contra tudo isso que o povo vai às ruas, formando um coro uníssono de milhões de vozes, com diversas causas pelas quais lutar, mas um sentimento comum de indignação que estava represado. A vaia, enfim, tomou conta do país.




- A Copa Da Maioria - Editorial Zero Hora
ZERO HORA - 27/01 Ganha destaque no país um movimento de protestos organizado pelas redes sociais que usa como grito de guerra uma frase ameaçadora: ?Não vai ter Copa!?. O coro, entoado por manifestantes que se reuniram em várias capitais no último...

- Governo Dilma Não Fala A Mesma Língua Das Ruas - Roberto Freire
BRASIL ECONÔMICO - 28/07 Apesar do clamor popular que ganhou as ruas do país nas últimas semanas, Dilma Rousseff vem mostrando que não entendeu a mensagem transmitida por milhões de brasileiros descontentes com os rumos da nação. O discurso da...

- Blatter E A Revolta Popular - Kenneth Maxwell
FOLHA DE SP - 20/06 Joseph "Sepp" Blatter, o presidente da Fifa, criticou os torcedores brasileiros de futebol na inauguração do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, quando eles vaiaram a presidente Dilma Rousseff. O Brasil derrotou o Japão,...

- No Alvo, Os Palácios - Eliane CantanhÊde
FOLHA DE SP - 18/06 BRASÍLIA - As vaias à presidente Dilma Rousseff na estreia do Brasil na Copa das Confederações têm de ser relativizadas. Além de o público do estádio Mané Garrincha não representar a maioria do eleitorado brasileiro, a verdade...

- Copa Das Confederações: A Presidente Dilma Rousseff Foi Muito Vaiada Momentos Antes Do Início Da Abertura, Ela Fez Caras De Poucos Amigos E Limitou-se A Dizer Uma única Frase No Microfone
 A presidente Dilma Rousseff foi muito vaiada momentos antes do início da abertura da Copa das Confederações. Anunciada pelo alto-falante do estádio, ela fez caras de poucos amigos e limitou-se a dizer uma única frase no microfone, enquanto...



Geral








.