Por Renato Rovai, em seu blog na revista Fórum:Ontem recebi ligações de um número desconhecido de Brasília às 19h08, 19h11 e 19h21. Estava sem o celular e por isso só retornei a chamada às 19h50. Foi neste momento que descobri que o telefone era da repórter Cátia Seabra, da Folha de S. Paulo, que conheci recentemente num evento em Porto Alegre.
Ela me perguntou sobre como seria “o jantar com o Fernando”. Achei estranho, mas como não havia nada a esconder respondi que seria uma conversa com pessoas que moram em São Paulo para discutir a cidade com um candidato a prefeito. Nada mais.
Cátia quis saber se tínhamos “uma pauta de reivindicações”. Disse que não. Que este não era o caráter do nosso papo com ele. Ainda afirmei que entre os que tinham sido convidados havia gente propondo que nos reuníssemos com outros candidatos. E acrescentei: “há alguns candidatos com os quais ainda provavelmente vamos conversar, mas com outros acho que não…”.
Não fui claro e nem direto com a repórter, mas agora esclareço: naquele momento pensava em José Serra. Com ele não tem papo, pelo menos da parte deste blogueiro.
A repórter ainda me perguntou se o grupo iria declarar apoio a Haddad. Disse que não. Sem meias palavras. Ou seja, minha frase não foi um “não deve declarar”. Foi direta e objetiva: não.
Cátia não me perguntou sobre onde seria o papo e nem quem eram os convidados. Não perguntou e não falei. O local do jantar ela acertou, mas entre os citados como participantes, alguns por motivos profissionais nem em São Paulo estavam na noite de ontem.
Até por isso brinquei pelo twitter que o “grampo” que passou a informação para a Folha estava com ruído.
Enfim, o encontro com Haddad não era clandestino e não havia problema em ser divulgado. O que chama atenção é que a patrulha piguiana queira transformar uma conversa entre um grupo de jornalistas, blogueiros e até pequenos empresários de comunicação com um candidato a prefeito em algo suspeito.
Aliás, a quem interessar possa, a conversa foi muito boa. Haddad falou durante 40 minutos sobre seus projetos para São Paulo e depois se seguiu uma quase entrevista coletiva com perguntas variadas sobre questões como transporte, educação, meio ambiente, cultura etc.
Não se falou de campanha.
A não ser quando no meio do papo um dos presentes perguntou se ele se sentia preparado para as sujeiras que virão. “Afinal, Serra é candidato”, acrescentou o interlocutor.
Você acha, caro navegante, que a pessoa exagerou? Existe campanha limpa e o PIG fazendo jornalismo com Serra candidato?
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