A greve no megaporto de Eike Batista
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A greve no megaporto de Eike Batista


Foto: Carlos Grevi - www.uruaru.com.br
Por Altamiro Borges

O empresário Eike Batista, oitava maior fortuna do planeta segundo a revista Forbes, virou um símbolo do capitalismo brasileiro. Ele é capa das revistonas e destaque nos programas de televisão. Também goza de muita influência entre os parlamentares e membros dos executivos. Toda essa bajulação, porém, não convence os milhares de trabalhadores brutalmente explorados em suas obras.

Ontem (27), cerca de 800 operários que prestam serviços à LLX, empresa do Grupo EBX de Eike Batista, entraram em greve em São João da Barra (RJ), onde a companhia constrói o megaporto do Açu. Os grevistas inclusive fecharam os principais acessos ao canteiro de obras, ateando fogo em pneus na estrada. A Polícia Militar foi acionada, mas não houve confronto.

A revolta crescente dos operários

Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial, pagamento das horas gastas no deslocamento até o gigantesco canteiro de obras, 30% de adicional noturno, insalubridade e periculosidade. Eles também exigem mudanças na desumana escala de revezamento no trabalho, que obriga os funcionários a trabalharem nos sábados, domingos e feriados recebendo como dia normal.

A insatisfação dos trabalhadores não é novidade para Eike Batista. Ele não pode alegar desconhecimento – como agora virou álibi dos patrões que exploram o trabalho de terceirizadas (caso da marca de grife Zara). Em março de 2011, os operários do Porto do Açu já tinham realizado uma greve. Em agosto de 2010, eles também cruzaram os braços, no primeiro protesto no canteiro.

Maior que a ilha de Manhattan

Na prática, Eike Batista não se importa com as péssimas condições de trabalho em suas obras. Ele se acha um predestinado, “um arrojado empreendedor”, como se jactou numa entrevista concedida ao Fantástico, da TV Globo, em 1º de janeiro. Homem mais rico do Brasil, com uma fortuna estimada em R$ 50 bilhões, ele hoje está obcecado por se tornar “o maior bilionário do planeta”.

“Eu me considero um criador de riqueza como um compositor compõe uma música. As minhas notas por acaso são dinheiro”, diz o petulante empresário. O Porto de Açu – que o jornal francês Le Monde caracterizou como “um complexo portuário faraônico, maior que a ilha de Manhattan” – é a nova “música” de Eike Batista. Mas os operários não gostam muito da composição!

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