A guerra dos demos Agripino e Rosalba

Por Altamiro Borges

Com o título “Agripino e Rosalba travam guerra”, a coluna de fofocas de Felipe Patury, na revista Época, postou uma nota curiosa neste sábado: “Os dois principais nomes do DEM são seu presidente, senador Agripino Maia, e a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, que ele ajudou a eleger. Agora, os dois estão em campos opostos. Agripino quer evitar que Rosalba tente a reeleição. Na próxima reunião do DEM, dirá que a popularidade de Rosalba está no subsolo e que ela corre o risco de se tornar inelegível em razão de processos na Justiça Eleitoral. Rosalba acusará Agripino de afundar o DEM, já que é ela a única governadora do partido”.

A notinha confirma que os demos podem estar caminhando celeremente para o inferno nas eleições de outubro – isto se o capeta autorizar seu ingresso no inferno! Além de perder sua única governadora no país, o DEM corre o risco de definhar no Senado e na Câmara Federal. O partido teve sua origem na antiga Arena da ditadura militar e chegou a ser considerado “o maior partido do Ocidente”. No reinado neoliberal de FHC, a sigla já rebatizada de PFL (Partido da Frente Liberal) elegeu mais de 120 deputados federais. Hoje, o DEM conta com apenas 28 e teme ficar ainda mais reduzido, o que estimularia muita gente a abandonar o barco e poderia resultar na morte da oligárquica agremiação.

De fato, a situação dos demos no Rio Grande do Norte é dramática, o que explica as movimentações oportunistas de Agripino Maia para apoiar o candidato do PMDB e rifar a postulante da sua sigla. No final de 2013, Rosalba Ciarlini foi afastada do cargo pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Ela foi acusada de abuso do poder econômico na campanha eleitoral. Graças a uma liminar concedida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ela conseguiu se segurar no posto – mas não reduziu seu enorme desgaste. Todas as pesquisas apontam que ela é a governadora mais detestada do país. Com o fiasco do seu governo, ela foi abandonada pelos partidos aliados e, agora, pelo próprio Agripino Maia.

Mas a situação dos demos não é complicada apenas neste estado. Em todo o país, o partido sofre para montar palanques eleitorais. A sua única salvação, como ocorreu no Rio Grande do Norte, tem sido o Judiciário – que parece fazer de tudo para evitar a envio dos demos ao inferno. Até hoje o Supremo Tribunal Federal (STF) não se pronunciou sobre o escândalo da “mensalão do DEM” do Distrito Federal. O ex-governador José Roberto Arruda, que ficou famoso nos vídeos que comprovaram o desvio de recursos públicos, segue livre e solto. A mídia amiga evita incomodá-lo. No maior cinismo, o famoso demo inclusive já está em campanha para retornar ao governo da capital da República.

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