A longa greve da Volks do Paraná
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A longa greve da Volks do Paraná


Por Altamiro Borges

Uma das formas mais eficientes de manipular a informação é omitir os fatos. Há mais de 30 dias os metalúrgicos da Volkswagen de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (PR), estão em greve por melhores salários. A chamada grande mídia, porém, não aborda o conflito, protegendo a imagem da poderosa multinacional alemã, umas das principais anunciantes do país.



A paralisação, iniciada em 6 de maio, foi motivada pela recusa da empresa em elevar a Participação nos Lucros e Resultados. Os operários exigem R$ 12 mil de PLR, mas a multinacional só aceita conceder R$ 5,2 mil. A Volks lidera o ranking das montadoras no Brasil, auferindo enormes lucros e remetendo fortunas para a sua matriz. Mesmo assim, ela esbanja intransigência contra a reivindicação sindical. Prefere ter prejuízos a atender os trabalhadores.

Campanha de solidariedade

No trigésimo dia de greve, a fábrica com 3.100 operários havia deixado de produzir 17.820 veículos, nos modelos Golf, CrossFox e Fox, acumulando prejuízo de R$ 713 milhões. “A Volks prefere perder meio bilhão de reais quando menos de 1% disso já seria suficiente para atender a nossa reivindicação. Parece ilógico”, observa Jamil Davila, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba. Para ele, a multinacional pratica “uma matemática de doido”. A motivação é política e não econômica.

Nesta segunda-feira, dia 6, lideranças metalúrgicas de várias partes do país e de distintas centrais sindicais promoveram um ato de solidariedade aos grevistas do Paraná em frente ao portão da Volkswagen. A idéia é intensificar a campanha nacional de apoio aos trabalhadores e de repúdio à truculência da multinacional alemã.




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