A matemática de Verissimo
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A matemática de Verissimo



Rodrigo Constantino

Em sua coluna de hoje, Verissimo voltou a fazer o que mais gosta: distorcer os fatos para vender sua ideologia estatizante e atacar o liberalismo. Ele usou, de forma um tanto pérfida – como de costume, um acontecimento verdadeiro para concluir algo absolutamente falso. Non sequitur.

Qual o fato verdadeiro? Havia alguns erros de cálculo nas várias planilhas dos respeitados estudos de Kenneth Rogoff e Carmen Reinhart, que constam no livro Oito Séculos de Delírios Financeiros(“This Time is Different”). E qual a conclusão de Verissimo, o sabichão de economia? Que isso anula totalmente a conclusão dos autores, qual seja, a de que a austeridade fiscal é parte importante da receita de cura das crises econômicas no longo prazo.

Eis a forma sensacionalista que o cronista descreve a coisa: “A certeza de que com o tempo a austeridade se justificará, demonstrada claramente nas contas erradas da dupla, só conseguiu transformar ‘austeridade’ em palavrão, nos países em que a maioria da população continua pagando, com desemprego e miséria, pelos desmandos dos seus governos e a ditadura do capital financeiro, responsável pela crise”.

Haja cara-de-pau! Em primeiro lugar, a crise não foi causada pela “ditadura do capital financeiro”, que sequer existe e não passa de mais um fantasma criado pela mitologia canhota, um bode expiatório para culpar pelas burradas dos próprios governos estatizantes. A crise tem todas as impressões digitais dos governos nas cenas dos crimes. Juros artificialmente baixos, gastos públicos excessivos, excesso de regulação (sim, os setores no epicentro da crise eram os mais regulados), e por aí vai.

Em segundo lugar, Verissimo pega um erro que não altera o resultado final da pesquisa para desqualificar o próprio conceito de “austeridade”. Será que o “matemático” Verissimo realmente pensa que o governo pode gastar mais do que arrecada infinita e impunemente? Será que ele pensa, de fato, que é o governo que cria prosperidade por meio de gastos públicos? O Brasil já deveria ser uma potência econômica de causar inveja a países como Suíça, Cingapura, Austrália e Nova Zelândia, certo? O que deu errado?

O “economista” Verissimo afirma que a austeridade não está dando certo em lugar algum do mundo, e cita como exemplos Grécia e Espanha. Mas será que o homem não sabe que foi justamente a gastança irresponsável dos governos desses países, principalmente do grego, que gerou a grave crise em primeiro lugar? Será que Verissimo pretende nos explicar de onde vem os recursos para que governos possam gastar tanto sem efeitos nefastos? Do céu? Das árvores? De Marte? Das impressoras do Banco Central?

No final do artigo, Verissimo ainda encontrou uma oportunidade para bater em Thatcher, o terror dos socialistas. Ela foi jocosamente chamada de “Mrs. Austeridade” pelo cronista, que usou as pompas fúnebres bancadas pelo governo para atacá-la. Mausoléu de ditador comunista não incomoda gente como o Verissimo, mas um singelo reconhecimento pelo legado da maior estadista que a Inglaterra já teve é um disparate, que negaria todo seu histórico de austeridade e combate ao cancerígeno “welfare state”.

O título do artigo de Verissimo é “Dois + dois = ?”. Para liberais, a resposta é uma só: 4. Mas sabemos qual a resposta para ele: 8, ou talvez 10, quiçá 12! Por que um governo deveria ser austero, gastar menos do que arrecada? Isso é coisa de “neoliberal” insensível, que não liga para os pobres. Verissimo é diferente, um sujeito bom, sensível, nobre, e por isso ele defende a gastança estatal irresponsável. Qual o problema de imprimir dinheiro e sair gastando para ajudar os pobres?

Um “neoliberal” chato diria que é a inflação, o mais nefasto imposto sobre os pobres. Mas isso é detalhe. O importante mesmo é colocar Thatcher e seus seguidores como os representantes do Capeta na Terra, e tecer loas aos socialistas que monopolizam as virtudes e só entregam caos social, desgraça e miséria. A tragicomédia da vida pública...   




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