A mídia chora pela queda de Jobim
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A mídia chora pela queda de Jobim


Por Altamiro Borges

A mídia demotucana está consternada, abatida, com a queda de Nelson Jobim. Ele não era só o homem de confiança da direita, o padrinho de casamento e eleitor de José Serra e o confidente do serviço diplomático dos EUA – conforme recentes revelações do Wikileaks. Era também o queridinho da mídia, o mais competente ministro da Defesa que o Brasil já teve na sua história.

O puxa-saquismo beira o ridículo e está estampado em todos os jornalões. A Folha chega a publicar um editorial bajulando Jobim. Afirma que ele cometeu apenas “três deslizes verbais”, que não negam a sua “notável habilidade em uma bem-sucedida carreira”. Ela até reconhece que o ex-ministro “passou dos limites e se tornou vítima dos próprios excessos”. No restante, é pura babação.

Folha pensa que seu leitor é besta

No maior cinismo, após semanas fustigando o chamado “caos aéreo” e propondo a privatização dos aeroportos, a Folha esquece o que escreveu e afirma que a chegada do defenestrado ao Ministério da Defesa “refreou a anarquia que reinava” no setor. Hoje, graças a Jobim, “o caos refluiu para uma deficiência rotineira”. A incoerência é total. A Folha pensa que seu leitor é besta (será?).

Para a famiglia Frias, que até hoje acha que a sanguinária ditadura foi uma “ditabranda”, o ex-ministro “foi talvez o mais eficiente ocupante civil da Defesa no trato com o estamento militar”. O elogio é fácil de explicar. Afinal, Jobim sempre sabotou a apuração dos crimes da ditadura, aliviando a barra dos empresários que apoiaram e financiaram o golpe, as torturas e os assassinatos.

As intrigas na área militar

Além do editorial, a Folha ainda escalou seus “calunistas” para lamentar a queda do ministro. Eliane Cantanhêde é a mais abatida. “Jobim não era um ministro qualquer de uma área qualquer... Ele botou a casa em ordem”. Para ela, ele caiu apenas devido ao seu “temperamento”. Ele era perfeito! Só falta propor à “massa cheirosa” do PSDB o lançamento de sua candidatura presidencial.

Além da coluna “ordinária”, Cantanhêde também escreve uma “reporcagem” estimulando as intrigas nos meios militares contra a nomeação de Celso Amorim para o Ministério da Defesa. Sem citar fontes, ela garante que os oficiais não gostaram da escolha. “Desde quando diplomata gosta de guerra”, teria reagido um dos descontentes. O texto é pura especulação, sem pé nem cabeça.

O colonizado Estadão

No mesmo rumo das intrigas, o Estadão garante que “os militares consideraram Amorim a pior escolha possível para a Defesa”. Também sem citar as fontes, ele afirma que a resistência decorre das posições “completamente ideologizadas” do ex-chanceler, ao seu nacionalismo. Desde Getúlio Vargas, a colonizada famiglia Mesquita não tolera os que defendem a soberania nacional.




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