A política de (in) segurança de Alckmin
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A política de (in) segurança de Alckmin


Por Renato Rovai, em seu blog:

Os índices de violência na cidade de São Paulo não param de crescer. Segundo dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública, os homicídios cresceram 47% no mês de junho se comparado com o mesmo período de 2011. Nesse mês foram mortas 139 pessoas na capital paulista, uma média de 4 homicídios por dia.


Com o aumento no número de mortes, São Paulo registrou 13 homicídios para cada 100.000 habitantes em junho, índice que coloca a cidade, de acordo com critérios da OMS (Organização Mundial da Saúde), na situação de violência epidêmica. Repito: epidêmica.

No Estado de São Paulo a situação também não é diferente. Junho registrou um aumento de 21% nos homicídios em relação ao mesmo período do ano passado. Se analisarmos o primeiro semestre de 2012, houve crescimento de 8,3% na comparação com os seis primeiros meses de 2011.

Junto com o aumento dos homicídios, ocorre também o aumento de mortes cometidas por policiais. A Polícia Militar já matou 140 pessoas este ano, contra 128 nos seis primeiros meses de 2011. A diferença parece pequena, mas significa um aumento de aproximadamente 10%.

Na capital , os únicos crimes que tiveram redução no primeiro semestre foram: roubos a bancos, furtos em geral e furtos de veículos. Todas as outras modalidades de crime tiveram aumento significativo. Com destaque para homicídios (+ 24,4%), estupros (+24,2%) e roubos de carros (+ 22,5%).

E quem mais sofre com o aumento da violência?

Os de sempre, óbvio. Os pobres.

Dos 30 distritos mais violentos, 29 estão localizados na periferia de São Paulo. A exceção é o distrito da Sé, que aparece em décimo segundo lugar devido ao elevado número de furtos na região. Com relação ao número de homicídios, somente em quatro bairros da zona sul (Parque Antônio, Capão Redondo, Jardim Herculano e Parelheiros) foram registrados 101 homicídios – mais de 70% do total da cidade.

Coincidentemente, o mês em que a PM matou mais pessoas na capital foi o mês de maio. Foram 52 mortes provocadas pela polícia. A coincidência se dá pelo fato de maio de 2006 ter sido o mês com maior número de mortes praticadas pela PM paulista. De acordo com relatório produzido pela ONG de defesa de direitos humanos, Justiça Global, e pela Clínica Internacional de Direitos Humanos da Faculdade de Direito de Harvard, entre 12 a 20 de maio de 2006, a PM paulista matou 122 pessoas. Esse massacre que supostamente foi uma reação ao PCC ainda é uma história a ser contada.

A resposta de Alckmin

A resposta do governo estadual neste ano está sendo na mesma linha da de 2006. Em 27 de junho, o governador Alckmin declarou à imprensa que “o governo não retrocederá um milímetro” e que “os criminosos que enfrentarem a polícia vão levar a pior”. Praticamente uma carta branca para a polícia matar. É o governo de São Paulo descendo ao nível dos criminosos com o pretexto de enfrentá-los.

E não são só os pobres que têm sofrido com essa política de segurança com toque fascista. O empresário e publicitário, Ricardo Prudente Aquino, foi assassinado pela PM de forma bizarra. Sem que os procedimentos mínimos de uma abordagem decente fossem respeitados. A diferença é que neste caso, devido à repercussão na mídia, Alckmin prometeu fazer de tudo para acelerar a concessão de indenização pelo Estado à família do publicitário

Como denunciou uma materia do site SPressoSP, a postura de Alckmin não foi a mesma para com os familiares do estudante Bruno Vicente de Gouveia e Viana, morto em Santos durante perseguição policial, na mesma madrugada do asssassinato de Ricardo.

Segundo o governo estadual, no caso do estudante seria necessário ainda ser comprovada a falha policial. Na verdade, no caso do estudante seria necessário ser compravado que ele é cidadão. Na lógica tucana só é cidadão aquele que a doce mídia paulista considera cidadão e cobra explicação do governo. O resto é bandido.




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