Por Saul Leblon, no sítio Carta Maior:
A democracia deve ser exercida ali onde está o poder.
Não há nada mais precioso na vida de uma Nação do que o momento em que o poder se define nas ruas.
Assegurar que ele seja um poder democrático é a tarefa mais urgente no Brasil nos dias que correm.
As forças progressistas, justamente preocupadas com os rumos das legítimas manifestações de massa em todo o país, tem uma tarefa simples, prática, urgente e incontornável.
Reunir-se em todos os fóruns possíveis para exercer a democracia dando-lhe um conteúdo propositivo.
Conversar sobre o Brasil.
Entender o momento vivido pelo Brasil.
Formular e reforçar linhas de passagem entre o país que já temos e aquele que poderíamos ter.
Que temos o direito de ter.
Não há tarefa mais importante na luta pelo desenvolvimento do que criar valores.
Não propriamente aqueles negociados em Bolsa.
Mas valores que coloquem a economia e os recursos a serviço da sociedade.
Como bem disse a Presidenta Dilma em seu discurso de 6ª feira, ‘Precisamos oxigenar o nosso sistema político. É a cidadania , e não o poder econômico, quem deve ser ouvido em primeiro lugar".
Os valores que vão ordenar a travessia para o novo ciclo de desenvolvimento brasileiro estão sendo sedimentados nos dias que correm.
As forças progressistas devem participar ativamente da carpintaria que definirá essa moldura histórica.
Como?
Organizando-se para ir às ruas.
Reunindo-se previamente para conversar sobre o Brasil.
Em núcleos de base dos partidos, nos sindicatos, nos locais de trabalho, nos círculos de vizinhança, nas escolas, nos condomínios, com a turma do futebol ou a do facebook.
Fóruns já existentes, mas enferrujados, devem ser ativados; outros novos precisam ser criados.
O anseio por mais democracia revelado nos últimos dias não pode ser desperdiçado.
Não deve ser sufocado.
Nem desvirtuado.
Quem entorpece o discernimento social tangendo justas aspirações para o terreno pantanoso do apartidarismo totalitário, conspira contra a democracia, falando em nome dela.
A mobilização progressista exige referencias aglutinadoras.
Elas estão igualmente em curso.
Nos últimos dias, em diferentes pontos do país, os encontros se multiplicam.
Na 6ª feira, por exemplo, cerca de 800 pessoas, representando 86 entidades reuniram-se no Sindicato dos Químicos em São Paulo, à convite do MST.
Em pauta: mobilizar um milhão de pessoas em São Paulo, em defesa de um Brasil onde a democracia participativa paute o destino da sociedade e o futuro da economia.
É só um exemplo. E ele não pode ser mais que um, entre centenas, nos próximos dias.
Carta Maior está aberta para divulgar esse mutirão, veiculando os relatos de entidades que assumirem o papel de guarda-chuva do processo.
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