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Agressores pedem desculpas a Mantega
Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Uma ótima notícia para começarmos esta sexta-feira: "Os dois empresários que gritaram palavrões, em junho, para o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, dizendo que ele era "ladrão", "palhaço" e "sem-vergonha", acabam de se retratar".
A informação foi dada na coluna de Mônica Bergamo:
"Diante de queixa-crime por injúria, calúnia e difamação, eles procuraram o advogado do ex-ministro, José Roberto Batochio, e propuseram acordo. Mantega assinou ontem os dois pedidos de desculpas, concedendo aos empresários seu "perdão", exigência da lei para que a ação judicial seja suspensa.
"Marcelo Melsohn disse na retratação que estava no restaurante Trio, na Vila Olímpia, no dia 28 de junho, quando "irrefletidamente" ofendeu a o ex-ministro. Afirma estar arrependido e diz reconhecer que Mantega é probo, honesto e digno". João Locoselli afirma que nada sabe sobre o economista que "possa desaboná-lo em sua vida pública".
Só isso, porém, não basta. As agressões se deram em público, foram gravadas e circularam amplamente por todas as mídias novas e velhas, e agora os agressores pedem desculpas em particular, sem que ao pedido de perdão seja dado o mesmo destaque na divulgação, que só vi na coluna da minha amiga Mônica Bergamo.
Proponho que no acordo celebrado na Justiça seja incluída uma cláusula para intimar os agressores a pedirem desculpas também publicamente.
Os termos do acordo promovido na ação judicial deveriam ser afixados, em local bem visível, com as fotos dos empresários, nos mesmos locais onde foram feitas as ofensas. Da mesma forma, seria pedagógico que fossem instados a publicar matérias pagas, às suas expensas, nos mesmos veículos que noticiaram os lamentáveis fatos de junho.
Esta me parece ser a melhor forma de evitar que eles se repitam. Afinal, Guido Mantega não foi a única vítima. Episódios semelhantes foram registrados em São Paulo, envolvendo o ex-ministro Alexandre Padilha e o atual ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, entre outros, e não se tem notícia de que os autores dos ataques tenham se retratado.
Pode ser também um meio de frear a escalada da elegante direita black bloc paulistana, não só em locais públicos, mas também em certos veículos de comunicação da grande mídia, um primeiro passo para restabelecermos o mínimo de civilidade e tolerância no nosso país, em meio a este preocupante clima de Alemanha dos anos 30, instalado aqui desde a última campanha eleitoral.
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