Alívio - CELSO MING
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Alívio - CELSO MING


O Estado de S.Paulo - 22/12

Mais importante do que a decisão anunciada na quarta-feira pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), de começar o processo de reversão da forte emissão de dólares em janeiro, é o compromisso com a suavidade com que será conduzido e o grau de flexibilidade com que será dotado.

Apenas ao longo deste ano, o Fed emitiu mais de US$ 1 trilhão em dinheiro vivo que foi empregado na recompra de títulos do Tesouro dos Estados Unidos e em títulos privados, principalmente hipotecas. Do início da crise até agora, o balanço do Fed foi inchado em US$ 3,8 trilhões com o objetivo de tirar a economia dos Estados Unidos da paradeira e ajudar a ativar o emprego (veja o Confira).

A avaliação do colégio de dirigentes do Fed é de que o nível de desemprego da economia americana chegou a patamares aceitáveis, de 7% (veja, ainda, o gráfico), e que esse número reflete recuperação do sistema produtivo. Daí porque o processo de expansão monetária pode agora começar a ser revertido.

A decisão não foi fechar abruptamente as torneiras de dólares, como os mais aflitos pareceram temer. Por enquanto, apenas o ritmo das compras de títulos foi ligeiramente reduzido de US$ 85 bilhões por mês para US$ 75 bilhões. O presidente, Ben Bernanke, que deixará o cargo no dia 31 de janeiro, anunciou, também, que qualquer alteração nesse ritmo estará sujeita a reavaliações sobre o comportamento da economia dos Estados Unidos.

O recado principal passado pelo Fed é o de que, apesar da persistência de incertezas e de riscos, tudo acontecerá da forma indolor, com mais brandura do que esperava a maioria dos analistas do mercado financeiro, que temia enormes solavancos nos mercados de câmbio.

Do ponto de vista da economia brasileira, o principal perigo, temido não só pelos analistas mas também pelas autoridades do governo federal, parece relativamente afastado. Como não se esperam turbulências mais fortes, o afluxo de moeda estrangeira para o Brasil, cada vez mais necessitado de dólares, continuará relativamente generoso.

Isso não significa que a deterioração das contas externas brasileiras já tenha estancado nem que o risco de rebaixamento da qualidade dos títulos do Brasil tenha sido afastado. Significa apenas que se reduziu a probabilidade de que os problemas internos sejam agravados com uma súbita secura de dólares nos mercados e que disparem as cotações da moeda estrangeira em reais, com as consequências inflacionárias que poderá produzir.

No seu Relatório de Inflação, divulgado sexta-feira, o Banco Central do Brasil não baixa a guarda. Adverte para a volatilidade dos mercados que ainda pode ser produzida "pelo processo de normalização das condições monetárias dos Estados Unidos". Mas não passa daí.

Afora isso, o novo passo do Fed só foi antecipado porque a percepção dos seus dirigentes foi a de que a economia dos Estados Unidos está em recuperação, o que, por si só, é boa notícia que tende a desengavetar investimentos e projetos de negócios ao redor do mundo.




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