Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:Acabou o verão, entramos no outono, faltam pouco mais de seis meses para as eleições presidenciais, e nada mudou no primeiro Ibope do ano divulgado na noite desta quinta-feira. Dilma continua com os mesmos 43% de novembro do ano passado, Aécio passou de 14 para 15% e Eduardo Campos continua empacado com 7% das intenções de voto. Em qualquer cenário, a presidente seria reeleita no primeiro turno.
Algumas anotações sobre os números da pesquisa:
* Somando os que declararam votar nulo ou em branco (22%) com os que não sabem quem escolher ou não quiseram responder (10%) constatamos que um em cada três eleitores ainda não tem candidato, um número bastante alto a esta altura do campeonato em que apenas três nomes disputam para valer a sucessão presidencial.
* A liderança folgada de Dilma deve num primeiro momento acalmar os ânimos dos rebelados da base aliada e arrefecer os movimentos da turma do "volta Lula".
* A aliança de Eduardo Campos com Marina Silva, saudado como o grande fato político de 2014, que ainda não resultou em casamento, não foi bom um bom negócio para nenhum dos dois até agora. Marina caiu mais 4 pontos de novembro para cá (foi de 16 para 12%) e Eduardo não consegue agregar os votos perdidos por sua parceira, ficando no mesmo lugar.
* Aécio Neves continua ainda bem abaixo do patamar alcançado por José Serra nesta mesma época da eleição presidencial de 2010. Com Marina no lugar de Eduardo, Dilma e Aécio caem apenas um ponto.
* Pela primeira vez, o Ibope incluiu cinco nanicos no levantamento, mas eles não alteram quase nada o cenário: com eles, Dilma teve 40% das intenções de voto, Aécio ficou com 14% e Eduardo com 6%. Dificilmente a entrada de qualquer outro candidato vai mudar este quadro, a não ser que Joaquim Barbosa, o presidente do STF, mude de ideia e se lance agora, o que é cada vez menos provável.
* Caso haja um segundo turno, qualquer que seja o adversário, pelos números atuais a reeleição de Dilma será um passeio: 47 a 20 contra Aécio, 45 a 21 contra Marina, 47 a 16 contra Eduardo.
* Só bater em Dilma e no governo, com a sempre prestimosa ajuda da mídia grande, em lugar de os candidatos de oposição apresentarem um programa de governo ou pelo menos algumas propostas para o país, até agora não comoveu o eleitorado a ponto de mudar seu voto.
* Parece que a campanha eleitoral deste ano será bastante curta, já que até agora o assunto só tem motivado políticos e jornalistas, limitando-se a disputa a uma troca de ofensas entre comentaristas nas redes sociais.
* Ao que tudo indica, só um fato novo grave e absolutamente imprevisível pode levar a mudanças radicais nas próximas pesquisas, que devem ficar no piloto automático enquanto se mantiverem os atuais índices positivos de emprego e renda como os divulgados esta semana.
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