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Aos 67 anos Arnold Schwarzenegger é "O exterminador do futuro", Gênesis
No momento em que Arnold Schwarzenegger apareceu no primeiro O exterminador do futuro, de 1984, essa obra de ficção científica se tornou um clássico da cultura pop. O filme elevou o antigo fisiculturista ao posto de ator de sucesso ? mais tarde, ele chegaria a alturas improváveis no mundo da fama (e da política). Poucas entradas cinematográficas foram tão triunfais quanto a do androide T-800, que se materializa completamente nu em uma pose agachada, tal qual o titã grego Atlas, com os músculos retesados caminhando em direção a Los Angeles. Talvez por isso, o diretor do novo O exterminador do futuro: Gênesis, Alan Taylor, repetiu a mesma aparição. Mais de 30 anos depois da chegada do robô assassino, a cena se repete. A diferença é que este Exterminador é uma versão computadorizada de Schwarzenegger, sem as rugas e os cabelos brancos que, aos 67 anos, enfeitam sua figura. E, antes mesmo que ele possa matar alguém, um outro Exterminador, mais velho (o verdadeiro Schwarzenegger), chega para salvar o dia ? e o próprio filme.
Essa nova versão, que estreou na semana passada, segue a tendência de trazer de volta às telas sucessos consagrados (neste ano, já revimos Mad Max e Jurassic world). Assim como seus antecessores, o filme não é um remake. É uma sequência que usa uma história já conhecida pelo público para criar um novo universo em sintonia com os tempos atuais. A trama recupera as histórias dos personagens John Connor (Jason Clarke), Sarah (Emilia Clarke) e Kyle Reese (Jai Courtney), mas coloca em cena outras possibilidades de viagem no tempo, mudando o desenrolar da guerra contra as máquinas. A tentativa de volta às origens não foi bem recebida pela crítica no exterior. ?Há um ditado nas ficções científicas de viagem no tempo que afirma que o processo degrada o viajante. Os filmes dessa franquia já tiveram tantas idas e vindas que perderam neurônios ao longo do caminho?, disse Sara Stewart, do jornal New York Post. É claro que, mesmo que por pura nostalgia, os fãs não deixarão de ir ao cinema. Schwarzenegger vale o ingresso.
Sua atuação como robô continua tão divertida quanto nos anos 1980. As piadas fora de tempo e a incapacidade de sorrir são hilárias. Assim como afirma seu personagem, ele está velho, porém não obsoleto. Em uma das cenas, ele tenta explicar para Sarah e Reese a complexidade da viagem no tempo e suas consequências, usando termos técnicos. É quase impossível decifrar a mensagem ? e não rir dela.
Para manter-se em alta, Schwarzenegger não precisa de muito esforço, a não ser fazer o que sempre fez. Ele permanece no imaginário popular, como mostra sua aceitação nas redes sociais, onde reúne milhões de seguidores ? muitos deles nascidos após o primeiro Exterminador. Na última semana, após a a provação do casamento gay pela Suprema Corte americana, ele mudou sua foto no Facebook pela versão de arco-íris da campanha em apoio à causa, ecoando uma nova tendência entre republicanos jovens. Um de seus fãs comentou: ?Qual é o problema com você, Arnie? Vou ter de parar de te seguir?. Em menos de dez minutos, Schwarzenegger bloqueou o fã e respondeu com a frase célebre: ?Hasta la vista?. Recebeu mais de 4 mil curtidas.
A primeira vez que se ouviu falar em seu nome foi em 1967, quando se tornou o mais jovem fisiculturista a ganhar o prêmio de Mr. Universo. Ele levaria o título outras cinco vezes, consagrando-se como um ícone do esporte. Hoje, seu nome está à frente de eventos esportivos milionários, além de assinar colunas em revistas especializadas. Seu tamanho (113 quilos em 1,88 metro de altura) poderia ter assustado qualquer um, mas seu carisma lhe abriu espaço em Hollywood. Em 1982, ele estrelou o épico Conan, o bárbaro, um sucesso de bilheteria. Dois anos depois, apareceria emExterminador e entraria para a história do cinema. Outros sucessos se seguiram, porém nenhum com tanto apelo popular.
O conhecimento de Schwarzenegger na área do esporte o levou a ser nomeado presidente do Conselho Presidencial sobre Fitness, Esportes e Nutrição dos Estados Unidos, entre 1990 e 1992, e do Conselho de Saúde Física e Esportes da Califórnia, até 1999. O casamento comMaria Shriver (sobrinha de John F. Kennedy) o conectou ainda mais ao mundo da política, culminando com sua eleição para governador da Califórnia, em 2003. Foi reeleito em 2006.
Após o fim de seu mandato, mesmo aos 63 anos, sua fama de ator de filmes de ação ressuscitou. Em 2010, Sylvester Stallone o chamou para participar de Os mercenários, que reunia os atores mais valentões de Hollywood em um filme em que eles tiravam sarro de si mesmos. A trama fez sucesso, ganhou mais duas sequências e promete ser levada à televisão pela Fox. Seu carisma inegável lhe garante, assim como ocorreu com seu personagem robô, uma longa sobrevida.
fonte:http://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/07/o-exterminador-do-futuro-ninguem-extermina-o-charme-de-schwarzenegger.html
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