Treze pessoas foram mortas em Natal e região metropolitana, entre a noite deste sábado (26) e a madrugada deste domingo (27), após o assassinato do soldado da PM (Polícia Militar) Daniel Henrique da Silva, 32. O policial foi baleado por dois criminosos durante um assalto a uma padaria em que ele fazia bico como segurança, localizada na avenida Castelo Branco, no bairro Pajuçara, zona norte da capital. Ele morreu ao dar entrada no Hospital Santa Catarina.
Um outro PM que também trabalhava na padaria foi atingindo por tiros, mas não morreu. O soldado Manuel Medeiros da Cunha se submeteu à cirurgia e está internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Santa Catarina em estado grave.
Segundo dados do Itep (Instituto Técnico-Científico de Polícia), entre as 20h do sábado e as 4h da madrugada deste domingo, 14 corpos de vítimas de mortes violentas que deram entrada para se submeter à necropsia, dentre eles o do policial. Dos 14 homicídios, 11 deles foram registrados na zona norte de Natal; um na zona leste e dois no município de Ceará-Mirim (região metropolitana).
A primeira morte foi de um homem identificado pelo nome de Randerson Silva do Nascimento, 23. Ele é acusado de assalto a uma idosa na avenida Tomaz Landim e teria morrido após troca de tiros com a polícia logo após o crime, na noite do sábado.
Em seguida, duas pessoas morreram também em trocas de tiros com a polícia na rua Canto das Flores, no conjunto Nova República. As vítimas são apontadas como participantes do assalto que vitimou o soldado da PM. Apenas um dos mortos foi identificado: Jodinaldo Teodósio de Araújo, 29. A polícia prendeu Joel Fernandes Lima, 20, e Jansen Fernandes Lima, 21, acusados de darem cobertura e esconderijo aos dois homens acusados de assaltar e assassinar o policial. Eles estão detidos na Delegacia de Plantão da Zona Norte.
O quarto e o quinto homicídio ocorreram no distrito de Oitizeiro, localizado no município de Ceará-Mirim ainda na noite do sábado. Dois homens ainda não identificados foram mortos a tiros enquanto caminhavam em uma estrada do povoado. A polícia ainda não sabe o que motivou o crime e nem tem pistas dos assassinos.
A sexta morte ocorreu na madrugada deste domingo. Josenildo Ferreira Teixeira, 31, foi assassinado a tiros na rua Wilma de Farias, na comunidade Dom Pedro I. Ainda não há informação sobre o motivo do crime ou autor do assassinato.
O sétimo assassinato foi do adolescente Breno Gabriel Araújo de Aguiar, 17. A polícia não informou o local que ocorreu o crime. Também não há pistas sobre os autores.
A oitava morte ocorreu na rua Guararapes, no bairro de Lagoa Azul. A vítima foi identificada como José Alcides da Silva Júnior, 37, foi alvejada a tiros e morreu no local.
O nono corpo a dar entrada no Itep foi de Jodinaldo Teodósio de Araújo, 29. Ele foi assassinado a tiros na avenida Castelo Branco, bairro não informado. A polícia ainda não identificou nenhum suspeito do crime.
O décimo homicídio foi registrado na rua Esdras César da Silva, no bairro Panatis. Segundo a polícia, testemunhas relataram que dois homens em uma moto atiraram contra a vítima, que ainda não foi identificada.
Outros três homens não identificados também foram mortos a tiros na rua Moema Tinoco, bairro Pajuçara, na rua Senador Carlos Alberto, no bairro Jardim Progresso, e na comunidade da África, no bairro da Redinha. A polícia não tem informações sobre os crimes ou autores.
A Delegacia de Homicídios de Natal, localizada no bairro da Candelária, está responsável pelas investigações dos assassinatos, porém o delegado Alessandro Gomes não foi encontrado durante este domingo para comentar se a polícia investiga a relação do número dos homicídios com o assassinato do policial.
O UOL procurou a Sesed (Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social) e a Degepol (Delegacia Geral de Polícia do Rio Grande do Norte), mas ninguém se posicionou sobre as investigações dos assassinatos até a publicação deste texto.
Em nota na noite deste sábado, a Sesed e a PM lamentaram a morte do policial e informaram que equipes estavam em diligência para prender os acusados do crime. "Toda a estrutura da Sesed foi disponibilizada para prender os envolvidos, a fim de que seja feita Justiça diante de um crime tão cruel", disse a secretaria.
Fonte:UOL