Geral
Apostilas das terças
1. Cheiro a esturro
Com dois ex-ministros do PSD a
aparecerem como face visível da
Carlyle no negócio da
privatização da Galp (Ângelo Correia e Martins da Cruz, este saído do presente Governo e recentemente enviado em representação oficial à Africa do Sul!), e ainda por cima dispondo do financiamento da CGD, o banco do Estado presidido por outro ex-Ministro do PSD, como é que se espera que uma eventual vitória no concurso não fique a cheirar a esturro? A pergunta é feita por Nicolau Santos no
Expresso online, e tem toda a pertinência.
2. Judicialização da política
O ministro
Paulo Portas desafiou o deputado
Francisco Louçã a prescindir da imunidade parlamentar para responder pelas acusações que o segundo fez ao governo sobre uma alegado envolvimento governamental no apoio da CGD ao grupo norte-americano
Carlyle na candidatura à privatização da Galp.
Trata-se de tontice ou de má-fé. Portas sabe:
a) que a imunidade parlamentar não é renunciável;
b) que, mesmo sendo infundada, a referida acusação é irrelevante sob o ponto de vista penal;
c) que num debate parlamentar a uma acusação política se responde com uma refutação política. Nós ficámos a saber:
a) que se não houvesse imunidades parlamentares Portas accionaria judicialmente meia oposição por injúria ao governo;
b) que Portas não distingue entre a esfera da controvérsia política e o campo da lei penal.
A barra dos tribunais não foi feira para dirimir combates políticos entre o Governo e a oposição, como se sabe desde os primórdios do governo representativo. Pelos vistos há quem ainda não se não tenha dado conta disso.
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