Ardida como pimenta - DORA KRAMER
Geral

Ardida como pimenta - DORA KRAMER


O ESTADÃO - 12/11

A serem verdadeiras - e devem ser, pois não foram desmentidas - as histórias que circulam há meses sobre a animosidade da presidente Dilma Rousseff em relação à sua ministra da Cultura devido ao engajamento dela no movimento "Volta, Lula", as seis linhas em que Marta Suplicy deseja sucesso a Dilma na formação da nova equipe foram incluídas na carta de demissão como revide. No modelo e estilo escolhidos por ela.

A ministra demissionária simplesmente faz votos de êxito à ex-chefe ressaltando as razões de seus fracassos. Isso de forma sucinta. Nenhuma palavra desperdiçada em parágrafo que soa à ironia daquelas frias, bem pesadas e medidas para serem lançadas no momento em que o (a) remetente considera mais adequado.

Já havia passado o "frisson" inicial da oposição, as atenções voltadas para a formação do ministério do segundo mandato, o clima de pouca confiabilidade na disposição de corrigir o que anda errado, muitas críticas pelos atos que desmentiram as palavras de campanha, a Casa Civil falando em renúncia coletiva para a próxima semana a fim de deixar a presidente à vontade e Marta surpreende o Planalto apresentando antes sua demissão.

Esperou Dilma embarcar para a reunião do G-20. A notícia a alcançou numa escala no Catar. O que não quer dizer que a decisão tenha sido repentina. Marta sabia que o dia D seria esta terça-feira pelo menos desde sábado.

Nas seis linhas que incluiu na carta de despedida, a senadora que agora reassume a cadeira no Congresso diz estar unida "a todos os brasileiros" nos votos para que a presidente "seja iluminada ao escolher sua nova equipe de trabalho, a começar por uma equipe econômica independente, experiente e comprovada, que resgate a confiança e credibilidade ao seu governo e que, acima de tudo, esteja comprometida com uma nova agenda de crescimento e estabilidade para nosso país. Isto é o que o Brasil hoje, ansiosamente, aguarda e espera".

Nada que não se diga todos os dias em toda parte. Certamente tudo o que a presidente não gostaria de ouvir de um integrante de seu governo. Uma coisa é Gilberto Carvalho dizer que ela "falhou no diálogo com atores da política e da economia" ou que o governo não avançou na "questão indígena, na reforma agrária" e deixou a desejar na "reforma urbana" (qual?). Discurso para a militância petista.

Outra é uma senadora do partido, ex-prefeita de São Paulo, ao que consta com pretensões de disputar mandato executivo no Estado em que o PT precisa readquirir forças, sair do governo fazendo questão de deixar registrado o seu aval às críticas que tanto desagradam a Dilma.

Trocando em miúdos os votos de sucesso, temos o seguinte: Marta deseja que a presidente escolha uma equipe econômica independente, experiente e comprovada. Portanto, está dizendo que a atual ao juízo dela é submissa, inexperiente e de legitimidade insuficiente. Logo, quem trabalha com gente assim é autoritário e incompetente.

Em seguida, a ex-ministra lista entre os atributos que considera necessários à futura equipe econômica, a capacidade de recuperar a confiança e a credibilidade ao governo da presidente. Marta Suplicy disse a Dilma o mesmo que a oposição e tantos mais vêm dizendo, contra os quais a presidente reage: que o governo não é digno de confiança nem anda a merecer crédito.

Por fim e, segundo ela, "acima de tudo", Marta vê como imprescindível o comprometimento com o crescimento e a estabilidade na economia. Compromisso este que, por mais que a presidente reafirme, pelo visto a senadora forma fileiras entre a enorme quantidade de brasileiros que não acreditam nas palavras dela.

Muito bem. Que Marta Suplicy tem um plano político está evidente. Resta saber se a divergência limita-se a Dilma ou se estende ao PT.






- Ofendendo Com A Verdade - Editorial O EstadÃo
O ESTADO DE S.PAULO - 13/11 Ao bater com força a porta de saída do Ministério da Cultura, enquanto a chefe Dilma Rousseff desfrutava de uma escala reparadora no Catar, a caminho da reunião do G-20 na Austrália, a senadora Marta Teresa Smith de Vasconcelos...

- Reforma Sem Controle - Editorial Folha De Sp
FOLHA DE SP - 13/11 Ministros pedem demissão sem que a presidente Dilma, do outro lado do mundo, pareça conduzir o processo de mudança em seu gabinete Várias hipóteses podem ser formuladas a partir da atitude da senadora Marta Suplicy (PT-SP), que...

- Ecos Do "volta, Lula" - Merval Pereira
O GLOBO - 12/11 Tanto Marta como Gilberto Carvalho falam por Lula. Foi no conforto de uma suíte presidencial em Doha, no hotel The St. Regis, em frente ao Golfo Pérsico, uma cortesia do governo do Qatar ao custo de R$ 30 mil a diária, que a presidente...

- Para Marta Suplicy, Ou O Pt Muda Ou Acaba
São Paulo - Para a senadora Marta Suplicy, o PT, partido que ajudou a criar, está prestes a ruir se não houver mudanças na cúpula. Para ela, o PT está enfrentando um dilema. "Ou muda ou acaba," disse a senadora.Em entrevista ao jornal Estado...

- Marta Suplicy E Suas Razões íntimas
Por Antonio Lassance, no site Carta Maior: A bola da vez das teorias conspiratórias é a saída de Marta Suplicy do Ministério da Cultura. Falta pouco para alguém aparecer dizendo que, na carta de exoneração endereçada a Dilma, a frase “desejamos,...



Geral








.