As Dilmas - JANIO DE FREITAS
Geral

As Dilmas - JANIO DE FREITAS


FOLHA DE SP - 26/01

A que foi a Davos não é a que chegou à Presidência. Não é o oposto, mas é bastante diferente


Ir à Suíça para dizer como está o Brasil de hoje, isso não faz sentido. Dilma Rousseff choveu, não no molhado, mas em uma inundação digna de São Paulo. Os endinheirados a quem a presidente pediu investimentos ocupam-se de ganhar dinheiro pelo mundo afora, o que lhes exige, e aos seus assessores, estar bem informados para detectar oportunidades. No convescote dos cifrões, mal denominado Fórum Econômico Mundial, por certo muitos sabiam sobre o Brasil o que nem no Brasil se sabe.

A Dilma Rousseff que foi a Davos não é a Dilma Rousseff que chegou à Presidência. Não é o oposto, mas é bastante diferente. Se nos princípios ou nos fins, eis a questão. Fernando Henrique e Lula, mal ouviram falar em Davos e seu pessoal, começaram a preparar as malas. A ida de Dilma, só agora no ano final do mandato, reflete dupla concessão. Uma, na concepção de políticas governamentais que a levavam a desconsiderar Davos, convicta de um Brasil capaz de cuidar de si mesmo. Outra, no seu diagnóstico do momento vivido pelo país e, em particular, pelo governo.

O capital estrangeiro -os cifrões de Davos- não precisa ser buscado. Grandes indústrias automobilísticas não param de vir para cá, e as já instaladas não cessam novos investimentos para crescer. Indústria e comércio de alimentos, agronegócio, aquisições fundiárias, exploração e indústria petrolíferas, as concessões/privatizações, são muitos os setores que têm merecido a procura espontânea do capital estrangeiro. O problema é que grande parte desse investimento não se destina à criação de novas atividades econômicas, ou seja, ao crescimento econômico, mas a assumir o controle acionário ou a propriedade de empreendimentos já ativos. É a chamada desnacionalização.

O capital graúdo não é considerado, em geral, o grande disseminador do crescimento econômico. Este vem pela multiplicação dos empreendimentos, mesmo os pequenos, e pelo reinvestimento do lucro, para ampliação do negócio. O dinheiro para empreender, porém, é muito caro no Brasil, com a tradição crescentemente escorchante praticada pelo sistema bancário. Além das exigências de garantias, dos prazos insuficientes e outras dificuldades.

E o reinvestimento na indústria nacional já consolidada, ah, esse tem um adversário terrível: o próprio empresário. Como regra natural, lerdo, retardatário, incapaz de inovação, pedinte permanente de benesses do governo, esse empresário trata de investir o lucro é em si mesmo: moradia nova, carro de luxo, e todo o necessário ao exibicionismo de mais um novo rico. O empresário brasileiro é, em geral, um atrasado -como pessoa e como dirigente de empresa.

Mudar essa realidade interna era um objetivo implícito nas palavras e na ação da Dilma Rousseff que assumiu a Presidência. Bem, quanto à atual, ceder aos interesses de aumento dos juros já era estar no caminho para Davos.




- No Palanque, Em Davos - AÉcio Neves
FOLHA DE SP - 27/01 Quem acompanhou o discurso do presidente Dilma em Davos achou que não estava entendendo bem. Do ponto de vista político, a presidente tinha dois caminhos corretos para seguir. O primeiro, defender, com coragem, as escolhas que fez...

- "inclusão Empresarial" - Eliane CantanhÊde
FOLHA DE SP - 21/01 BRASÍLIA - A Dilma Rousseff que vai a Davos nesta semana não é a mesma que chegava de dedo em riste na ONU, na Alemanha e na África do Sul dizendo que o Brasil era uma ilha de sucessos num mundo afundando em insucessos. Se era,...

- Simpatias Em Davos Para O Azar Não Crescer - Marco Antonio Rocha
O Estado de S.Paulo - 16/01 No último artigo escrito para esta página (19/12/2013), sugeri que o maior desafio que a presidente Dilma Rousseff tem pela frente talvez não se resuma em ser reeleita, e, sim, na obrigação de bem conduzir o Brasil a partir...

- Dilma E Os Tigres Do Mercado - David Friedlander
FOLHA DE SP - 14/01 SÃO PAULO - No filme "As aventuras de Pi", um sucesso no ano passado, um garoto é forçado a dividir um bote com um tigre-de-bengala para se salvar de um naufrágio. Foram 227 dias à deriva, iniciados com medo e desconfiança de...

- Porque Dilma Preferiu A Bolívia A Davos
Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo: Uma das tolices que estão sendo propagadas pelos suspeitos de sempre é que Dilma cometeu um desatino ao optar por ir à posse de Evo na Bolívia e não a mais uma edição do Fórum Econômico...



Geral








.