As relações entre Dantas e Gilmar
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As relações entre Dantas e Gilmar


Por Alisson Matos, no blog Conversa Afiada:


Na noite desta terça-feira (21), com transmissão ao vivo, via TVT, pelo Conversa Afiada, o jornalista Rubens Valente, autor do livro Operação Banqueiro, concedeu entrevista a blogueiros sujos, no Barão de Itararé. Com mediação do jornalista Leandro Fortes, participaram da sabatina Paulo Henrique Amorim, Geórgia Pinheiro, Palmério Dória, Luiz Carlos Azenha, Altamiro Borges, Amaury Ribeiro Jr, entre outros.

“São relações que a República precisa conhecer“. Assim, Valente se refere a afinidade e, às vezes, até intimidade que o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, tem com o poder em várias de suas esferas. E não poupa ninguém, desde o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, passando pelo ex-ministro José Serra e por Andrea Matarazzo, até o Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. Além de Roberto Amaral. Todos captados, ou com nomes ou apelidos citados, em e-mails comprometedores.

Aliás, sobre Mendes, que antes de Ministro foi Advogado Geral da União, Valente fala do papel decisivo que ele teve na desqualificação da Operação Satiagraha, em que disse ter sido grampeado ilegalmente, o que não foi comprovado:

“Ele (Gilmar Mendes) nunca escondeu seu papel político na presidência do STF. Chegou a solicitar mudança de legislação. Fiz um histórico da vida dele e das relações com advogados da Brasil Telecom e do Daniel Dantas“, afirmou Valente, que completa: “Em alguns e-mails, aparece que, aparentemente, Gilmar ajudava o Opportunity a levar seus casos ao judiciário Federal“.

Aqui, Valente trata das brigas da justiça entre Daniel Dantas e fundos de pensão, que acusavam o banqueiro de má gestão, por não zelar bem pelo negócio.

Dantas chega a escrever que “Mendes concordava com a tese do Banco“.

O autor critica o que ele chama de intervenção branca para impedir brutalmente a investigação, a impossibilidade de as autoridades levarem a apuração inteira até o final e lembra a não legitimação da Operação. “Autoridades precisam reavaliar essas provas.”

Valente não esqueceu do ex-procurador Geral da República, Roberto Gurgel. “Perguntei o que Gurgel fez com as provas“.

Engana-se quem pensa que o vínculo de Daniel Dantas se restringia à justiça. Segundo o jornalista, Dantas exercia forte pressão junto ao executivo federal, ao ponto de pedir que o governo, à época, não incentivasse uma investigação que poderia prejudicar os negócios do banqueiro.

“Um grande banqueiro dizendo ter segredos, como se afirmasse ‘eu vou explodir‘. É de alta gravidade o executivo exposto à pressão privada.”

Nunca é demais ressaltar que Dantas participou do processo de privatização das estatais no governo FHC, embora a junção nem sempre tenha sido amistosa.

“Era como se tivesse com uma espada na cabeça do governo.” Por parte do governo, “havia medo de investigação das privatizações.“

Foi isso que teria feito com que Dantas procurasse o lobista Roberto Amaral para resolver pendências entre o seu grupo e o governo tucano.

“Roberto Amaral é um sujeito bem relacionado, de relação umbilical com empreiteiras“, diz Valente.

O livro ainda trata do elo Dantas – Marcos Valério: “Parte do Valerioduto pode ter sido irrigado por empresas ligadas a Dantas.“

Sobre retaliações do banqueiro ao lançamento do livro, afirmou que o banco é rápido e incisivo em suas ações. Mas que houve boa divulgação da obra, sobretudo nos blogs ditos sujos e parte da grande imprensa.

Por fim, perguntado se alguém se salva da Operação Banqueiro, Valente disse que não é correto afirmar que todo o poder público no Brasil seja corrupto. E sugeriu que alguém escreva um outro livro sobre o papel do PiG (*) na cobertura dos casos.


Operação Banqueiro: Lançado no último dia 10, o livro de Rubens Valente conta a história de como o banqueiro Daniel Dantas escapou da prisão com apoio do Supremo Tribunal Federal e virou o jogo, passando de acusado a acusador.

A primeira edição da obra esgotou nas livrarias em poucos dias. A segunda está a caminho.

Sinopse:

Um acontecimento inusitado assombrou o Brasil em 2008: o poderoso e enigmático banqueiro Daniel Dantas foi preso pelo delegado federal Protógenes Queiroz, por ordem do juiz Fausto De Sanctis, e conduzido algemado para uma cela comum, acusado de vários crimes. Mas logo depois foi libertado, por ordem do então presidente do Supremo Tribunal Federal — STF, Gilmar Mendes. As provas da investigação foram anuladas. O delegado foi afastado de seu trabalho e elegeu-se deputado. O juiz deixou sua vara e assumiu o cargo de desembargador no Tribunal Regional Federal, mas em área sem relação com crimes financeiros, sua especialidade. O que teria acontecido? Neste livro, que se lê como um thriller policial, o repórter investigativo Rubens Valente, da Folha de S. Paulo, desvenda toda a história, com a revelação de aspectos inéditos, documentos e segredos.




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