As surpresas na eleição da França
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As surpresas na eleição da França


Por João Novaes, no sítio Opera Mundi:

Nova pesquisa eleitoral divulgada nesta segunda-feira (26/03) em Paris mostra dois fatos novos na corrida presidencial francesa, cujo primeiro turno será disputado em 22 de abril. Segundo enquete realizada dias após a descoberta da identidade do atirador responsável pelos atentados de Toulouse, os números mostram como principal novidade a ascensão do candidato Jean-Luc Mélenchon (Frente de Esquerda) e estabilidade entre os dois favoritos, o socialista François Hollande e o atual presidente Nicolas Sarkozy.
Levantamento da Ifop realizado a pedido dos jornal Le Monde, Radio France e France Télévisions mostra Mélenchon (foto abaixo) subindo um ponto percentual e meio (com 13% das preferências), ultrapassando o centrista François Bayroux, do MoDem (Movimento Democrático), que, por sua vez, caiu na mesma medida (11,5%). A pesquisa foi realizada entre os dias 23 e 24 de março, e mostram a variação das preferências no período de uma semana.

O crescimento de Mélenchon já havia sido detectado, em maior proporção, em pesquisa da BVA anunciado na semana passada.

Já a preferência por Sarkozy, da UMP (União por um Movimento Popular), parou de crescer. O presidente se manteve com os mesmos 27,5%, enquanto Hollande voltou a cair, mesmo que apenas meio ponto percentual, e soma 28% das preferências. O resultado mostra um empate técnico entre os dois candidatos. A terceira colocada, Marine Le Pen (Frente Nacional), da extrema-direita, subiu um ponto, e está com 16%.

Nas projeções de segundo turno (marcado para 6 de maio) entre Sarkozy e Hollande, a diferença a favor da oposição voltou a diminuir. O representante do PS (Partido Socialista) venceria a disputa se ela fosse disputada hoje por 54% a 46%. Entretanto, a diferença diminuiu quatro pontos percentuais.

Outros dados interessantes coletados pela enquete mostram que dois terços dos franceses já estão certos sobre sua escolha no primeiro: 66%, contra 60% há apenas uma semana. Já para o segundo turno, a convicção subiu três pontos: 79% (88% dos eleitores de Hollande e 84% dos de Sarkozy).

Herança

Outro dado importante coletado foi a opção entre os eleitores dos outros três candidatos que aparecem com mais de 10% de preferência (os outros cinco postulantes não ultrapassam a margem de 2% cada um) em um eventual segundo turno entre PS e UMP. Mesmo críticos a Hollande, os eleitores de Mélenchon devem votar em massa no socialista (84% contra 3%).

Já os seguidores de Marine se sentem mais atraídos pelo discurso o atual presidente: 52% contra 13% de Hollande; há 35% de indecisos. Porém, há um mês, Hollande perdia por uma vantagem muito menos: 39%a 26%.
Efe

A grande disputa é entre os herdeiros dos votos de Bayroux. No início do mês, ele ficaria com 50% de seus adeptos em um segundo turno, contra 27% de Sarkozy. A diferença agora é de apenas quatro pontos: 32% a 28%. A estimativa dos indecisos atinge proporção recorde: 40%.

A queda na preferência por Hollande também é acentuada entre os entrevistados com menos de 30%, enquanto nota-se franca ascensão de Mélenchon e Marine Le Pen.

Temas

Entre os 978 entrevistados, 40% acham que os candidatos falam mais do que deveriam sobre o tema imigração, sete pontos a mais do que no três primeiros dias do mês, e antes dos assassinatos cometidos por Mohamed Mehra. O mesmo fenômeno ocorre com segurança (de 22% a 29%). Já 66% (também sete pontos a mais) acreditam que os candidatos abordam pouco o tema do desemprego, mesmo número que educação (quatro pontos a mais).

Conduta

Para 70% dos entrevistados, o presidente Nicolas Sarkozy acertou o discurso e tomou as atitudes corretas durante os eventos em Toulouse e Montauban. 22% reprovaram sua conduta. Hollande teve, nesse quesito, aprovação de 55%, contra 36% de Bayroux, 34% de Marine e 33% de Mélenchon.




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