Por Altamiro BorgesAlém das demissões constantes e do brutal arrocho de salários, os bancos não têm qualquer preocupação com a segurança dos bancários – nem dos seus clientes. Pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base em dados da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), revela que até novembro passado a Polícia Federal aplicou R$ 24,303 milhões em multas a 28 bancos que apresentaram falhas na segurança das agências e postos de atendimento.
Segundo reportagem da Agência Brasil, “o montante é 583,24% superior ao do ano passado, quando os bancos foram multados em R$ 3,557 milhões... A instituição que recebeu mais multas foi o Banco do Brasil, com um total de R$ 7,728 milhões, seguido pelo Bradesco, com R$ 5,566 milhões, o Itaú, com R$ 4,173 milhões, Santander, com R$ 3,711 milhões, Caixa Econômica Federal, com R$ 1,679 milhão, e o HSBC, com R$ 727 mil”. Para a Contraf, a questão da falta de segurança é um dos problemas mais sentidos pelos bancários na atualidade.
“O aumento das multas revela, por um lado, que melhorou o trabalho da Polícia Federal e, por outro, que os bancos não priorizam a segurança dos estabelecimentos”, afirma Ademir Wiederkehr, diretor da entidade. “Os bancos enxergam a segurança como custo, que pode ser reduzido para aumentar ainda mais os lucros, e por isso agem com negligência, em vez de respeitar a legislação e fazer os investimentos para prevenir assaltos e sequestros e proteger a vida dos bancários, vigilantes e clientes”.
De fato, os lucros dos banqueiros seguem nas alturas. De acordo com estudo do Dieese, com base nos balanços publicados no primeiro semestre deste ano, os seis maiores bancos lucraram R$ 29,6 bilhões e aplicaram somente R$ 1,6 bilhão em despesas com segurança e vigilância, o que representa uma média de 5,4% na comparação entre os lucros e os gastos com segurança. O resultado deste descaso é que apenas no primeiro semestre deste ano, 30 pessoas morreram em assaltos nos estabelecimentos bancários.
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