Batendo na mesma Tecla
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Batendo na mesma Tecla


Antes de mais nada, queria dizer que o post anterior não foi escrito em defesa da participante X ou Y do reality em questão, mas tinha por objetivo principal, mostrar que violência feminina se mascara de várias formas e é existente em diversos locais, independente de classe social, educacional ou regional. Sendo possível de ser encontrada, inclusive, dentro de um programa de tevê.

Outra mitica que temos é que a violência só se dá na forma física, mas as estatísticas provam que o homem que agride verbalmente a mulher, tem grandes possibilidades de um dia, mudar sua forma e também agredi-la fisicamente.

Um dos maiores problemas no combate a violência feminina é o silêncio. A vítima, ao não se perceber, como tal, costuma se calar e aceitar as agressões, como se fosse "merecedora" do fato. Uma das caracteristicas do agressor é ser um sedutor tal, que promove a agressão como forma de "reeducação" da mulher e, a convence do fato.

A verdade, é que falamos sobre o assunto, sem dimensionar o quadro real. Nesse exato momento em que lê isso, pelo menos, 3 mulheres estão sofrendo algum tipo de agressão. Em 1 hora, uma mulher é morta no mundo, de forma violenta. De cada 10 mulheres, 3 são violentadas Di-a-ri-a-men-te. Só esse ano, e ainda estamos no inicio de fevereiro, 110 mulheres morreram (somente no Brasil) fruto da violência, incluindo ai, a violência doméstica - isto é, a cometida por um dos seus familiares ou maridos.

"Segundo uma teoria desenvolvida pela psiquiatra americana Lenore Walker, que estuda a cumplicidade da mulher espancada com seu agressor, a violência doméstica segue três ciclos distintos. A primeira fase é a escalada da tensão, uma tensão insuportável, que costuma moer emocionalmente a mulher, e durante a qual ela se anulará ao extremo para tentar apaziguar o parceiro. Como Julia Roberts, no filme Dormindo com o Inimigo. Jamais dá certo. Segue-se a brutalidade anunciada, que dura, em média, de duas a 24 horas. Durante a sessão de violência, a mulher não tem mais o que temer — o pior já está ocorrendo. É a catarse, para os dois. Passada a explosão, começa a fase da tranqüilidade doentia, em que a vitimização da mulher se completa: o parceiro faz juras e promessas, e ela, por não ter condições psicológicas de não acreditar, finge que acredita. Não é raro que uma mulher submetida a anos de abuso acelere a fase da pancadaria para chegar logo à fase da lua-de-mel. Somente quando a agredida se sente completamente sem saída, pode ocorrer-lhe matar o companheiro agressor. Nesse momento, com medo de si mesmas, muitas procuram ajuda." 
Fonte: http://veja.abril.com.br/010798/p_080.html

 O que assistimos no BBB, não foi um barraco de jogo, mas a violência contra a mulher na sua mais crua e daninha realidade. Volto a falar, a participante foi agredida, humilhada, destruida a sua auto-estima e - fruto da solidão que estava, vide a indiferença dos demais participantes, terminou a noite ao lado do seu agressor.

E o pior, é enxergar em vários sites, incluindo ai a edição aberta da emissora, que transformou a vítima em participante da agressão. Minimizando o que realmente acontecera. O que lembra a piada infame sobre mulheres estupradas: "- com que roupa você estava quando o fato aconteceu?" 

Por que no final, é essa a mensagem que passa, a mulher agredida tem culpa e só é a vítima quando sai do quadro de violência e entra para o de óbito. 

No mais, qual o problema de vermos um homem vociferando contra uma mulher, chamando de puta, gorda nojenta, puta gorda, etc? É apenas um jogo e a participante é chata. Eles se merecem. 

A esses, só deixo aqui um toque, como disse inicialmente, a violência contra a mulher não é exclusividade de nenhuma classe social, nem educacional, nem regional, tampouco está presa entre as quatro paredes do reality. Infelizmente, às vezes ela bate também a nossa porta...




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