Geral
BC mais uma vez à espera da política fiscal - EDITORIAL O GLOBO
O GLOBO - 30/05
Há razões ponderáveis para o Copom suspender ciclo de elevação dos juros, mas, se os gastos continuarem em alta, a trégua não poderá se estender por muito tempo
Como a maioria dos analistas esperava, o Conselho de Política Monetária (Copom), formado por diretores do Banco Central, interrompeu o longo ciclo de nove aumentos sucessivos da taxa básica de juros, a Selic, mantendo-a em 11%.
Os motivos para esta decisão, tomada por unanimidade, são convincentes. Um deles, a baixa temperatura da economia, já refletida em alguns indicadores parciais e a ser confirmada hoje com a divulgação pelo IBGE do PIB do primeiro trimestre. Além disso, há uma relativa perda de fôlego da inflação, passada a pressão de preços dos alimentos, provocada pela seca do início do ano: o IPCA-15 de maio ficou em 0,58% contra 0,78% em abril.
Anualizado, o IPCA, até abril, chegou a 6,28%, se aproxima do teto da meta de 6,5% e deverá ultrapassá-lo, devido ao efeito estatístico da comparação com uma base mais baixa (2013).
Mas, como paira nos mercados a ideia de que o BC tem pouca autonomia no governo Dilma, não faltarão interpretações de que o Copom segue o calendário eleitoral. A favor da autoridade monetária, porém, existe, na nota liberada pelo Copom sobre a decisão tomada quarta-feira, a expressão ?neste momento?, interpretada como alerta de que os juros podem voltar a ser remarcados para cima, no momento em que o BC detecte a volta de pressões inflacionárias perigosas. Acompanhemos.
Volta-se à questão de sempre: o resto do governo ? leia-se, Ministério da Fazenda e o próprio Planalto ? trabalhará a favor do BC, para evitar que a inflação ganhe velocidade?
Não se pode ser otimista na questão, diante do histórico deste conflito clássico no governo ? e não apenas nos do PT ?, em que ministros ?gastadores? se digladiam com os responsáveis mais diretos pela estabilidade econômica. No passado, costumava ser o ministro da Fazenda, mas, desde a substituição de Antonio Palocci por Guido Mantega, em 2006, o BC tem ficado isolado na trincheira do combate à inflação, lutando com a única arma que tem: os juros.
Quando Lula assumiu o primeiro mandato, em janeiro de 2003, a inflação anualizada voltara aos dois dígitos, devido à disparada do dólar, causada pela falta de confiança, nos mercados, num governo do PT. Lula percebeu a dimensão do perigo e permitiu que Palocci, na Fazenda, e Henrique Meirelles, no BC, apertassem as políticas monetária (juros) e fiscal (gastos). Funcionou, como previsto.
Os tempos são muito outros. O líder do PT no Senado, por exemplo, Humberto Costa, pontificou, outro dia: ?Inflação de 3% ao ano só é possível com aumento de juros, redução de gastos públicos e de investimentos, ampliação do superávit (primário) e desemprego? ? um sandice. Como economia não é a especialidade do médico Humberto Costa, ele repete o que ouviu em algum gabinete em Brasília.
-
Atraso Em Ajuste E Crise Política Paralisam Bc - Editorial O Globo
O GLOBO - 23/10 Copom, pela segunda vez consecutiva, não altera os juros, mesmo que a inflação se aproxime dos dois dígitos. Trata-se de grave característica do momento Há decisões do Copom, conselho de política monetária, formado por diretores...
-
Barreira Dos Juros De Dois Dígitos Desafia Bc - Editorial O Globo
O GLOBO - 19/10 Ata do Copom sinaliza persistência no combate à inflação e proximidade de 2014 alimenta especulações sobre liberdade que terá o banco na elevação da Selic À medida que a inflação persiste nas proximidades da elevada fronteira...
-
Bc Não Pode Abrir A Guarda A Injunções Políticas - Editorial O Globo
O GLOBO - 12/09 A hipótese, contida na última ata do Copom, de que a política fiscal (receitas x gastos) está deixando de ser expansionista para ser neutra não confere com os fatos O Brasil tem taxas de juros mais elevadas que as de economias mais...
-
Inflação Faz Banco Central Elevar Taxa Básica De Juros
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, elevar nesta quarta-feira (15) a taxa básica de juros da economia brasileira de 10% para 10,5%. É a maior taxa desde janeiro de 2012, quando saiu de 11% para...
-
Seu Bolso: O Comitê De Política Monetária (copom) Do Banco Central Elevou O Juro Básico Da Economia Em 0,25 Ponto Porcentual, Para 7,5% Ao Ano
SÃO PAULO - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou o juro básico da economia em 0,25 ponto porcentual, para 7,5% ao ano, encerrando um período de quase dois anos sem elevação. A decisão não foi unânime: seis dos integrantes...
Geral