BRASÍLIA - Uma conversa de quinze minutos, por telefone, entre a presidente Dilma Rousseff e o presidente do México, Felipe Calderón, selou o fim do atual acordo automotivo entre os dois países, que será renegociado por uma missão do governo mexicano, a ser enviada na próxima semana ao Brasil.
Dilma, na conversa com Calderón, deixou claro que, sem acordo na renegociação, cogita ?denunciar? (cancelar) o atual tratado, pondo fim ao livre comércio de automóveis, partes e peças existente desde 2002.
Dois pontos são considerados fundamentais pelo governo brasileiro: ampliar o alcance do acordo, incluindo caminhões e outros utilitários hoje não alcançados pelas regras de livre comércio; e aumentar a exigência de componentes fabricados nacionalmente nos carros mexicanos vendidos ao Brasil (pelas regras atuais, o governo calcula que os mexicanos precisam agregar apenas 30% a 35% de componentes fabricados localmente, bem menos do que é exigido dos sócios do Mercosul).
Calderón disse compreender as preocupações brasileiras e aceitou enviar a missão para renegociar.
Argentina
Segundo apurou o Valor, o governo brasileiro acredita que a Argentina seguirá o exemplo brasileiro e também pedirá renegociação do acordo similar que mantém com o México.
Essa possibilidade está na agenda da secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, em Buenos Aires, para onde ela viaja na próxima segunda-feira com o objetivo de discutir as mais recentes medidas protecionistas do governo argentino contra produtos importados.