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Caiu a ficha?
Rodrigo Constantino
Deu no Globo: Ibovespa fecha em queda de 4,24%
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), teve um dia de perda expressiva, provocado por perspectiva de crescimento menor da economia brasileira, pelo tombo das ações do Grupo EBX e por um movimento mais forte de venda de ações por investidores estrangeiros. O índice se desvalorizou 4,24% aos 45.228 pontos, puxado por blue chips como Vale, Petrobras e OGX. É o menor patamar da Bovespa desde 22 de abril de 2009. O volume negociado no pregão foi de R$ 8,7 bilhões. Somente duas ações terminaram o dia em alta: os papéis ON da B2W Digital, com alta de 6,64% a R$ 6,75 e os papéis ON da Dasa, com valorização de 2,14% a R$ 11,95.
No mercado de câmbio, o dólar voltou a ganhar força frente ao real, seguindo o movimento da divisa no exterior em relação a outras moedas. A moeda americana fechou em alta de 0,85% sendo negociada a R$ 2,248 na compra e R$ 2,250 na venda. É o maior valor do dólar desde 20 de junho, quando a moeda americana fechou em R$ 2,258. Na máxima do dia, a moeda americana atingiu R$ 2,255, enquanto na mínima foi negociada a R$ 2,235. Apesar da alta, não houve intervenção do Banco Central para frear a escalada da moeda.
Comento: Agora parece que a ficha caiu de vez (e demorou, né?). Os investidores, principalmente os estrangeiros, estão apavorados com a incompetência do governo, com sua negação da realidade, com sua reação totalmente absurda diante dos desafios que o país enfrenta, em boa parte devidos justamente aos erros do modelo econômico desse governo. Cabeças não só não rolam, como ocorreria no setor privado, como aparecem na imprensa para reforçar as idéias erradas, para insistir em um diagnóstico fantasioso que não engana mais nem mesmo um petista.
O inverno chegou para o Brasil. Em parte fruto do ciclo das estações financeiras mundiais; mas em boa parte, pelas próprias burradas do governo, que fez tudo errado, que não só não se preparou para a chegada do inverno, como colocou todos com sungas e biquínis na rua, vendendo a ilusão de que o verão era eterno.
Crédito farto, estímulos, gastos públicos crescentes, taxa de juros artificialmente reduzida, tudo isso com os aplausos de economistas da USP, de Delfim Netto, de "intelectuais" e até de empresários oportunistas. Deu nisso. O brasileiro médio nem sabe o que lhe aguarda ainda. Afinal, o mercado financeiro vem antes. O desemprego ainda está nas mínimas históricas, a inadimplência ainda não subiu e o crescimento do PIB é baixo, mas positivo por enquanto. Vai continuar assim?
O tempo dirá. Mas, como venho alertando faz tempo, o modelo era insustentável e o cenário conjuntural permitiu que muitos esqueletos fossem escondidos. Não mais. O cobertor é curto, e o governo, para resolver um problema, terá de criar outro - ou vários outros. Isso tudo em meio à convulsão social, com manifestações constantes nas ruas, e um clima político cada vez pior. Argentina?
Bom, ainda dá tempo de colocar esses petistas para fora do governo e evitar tal destino. A ficha para os investidores já caiu. E a sua?
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