Eles promovem espetáculos. Riscam o céu, parecem explodir. Os pesquisadores fizeram as contas: foram 21 descargas elétricas num único raio. Um deles atingiu seis pontos diferentes do chão. E outro raio caiu em dois pontos ao mesmo tempo. Outros formaram desenhos entre as nuvens.
A câmera de alta resolução é posicionada estrategicamente para monitorar os clarões que surgem no céu.
"A primeira parte é filmar a maioria dos raios de uma tempestade e estudar como que variam as características dos raios de tempestade para tempestade. Ou seja, uma tempestade pode ser mais perigosa que a outra, pode ter mais raios que a outra?, explica Antonio Saraiva, pesquisado do INPE.
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- Câmera presa a balão registra imagens da estratosfera
O Vale do Paraíba no interior de São Paulo é uma das regiões de maior incidência de raios no estado. Ele fica entre a Serra da Mantiqueira de um lado, e do outro, a Serra do Mar. As imagens de raios foram feitas de uma torre, que fica a 27 metros de altura. Em oito anos de pesquisa, mais de 3 mil raios foram flagrados daqui.
No último levantamento feito ano passado, São Caetano do Sul apareceu no topo da lista das cidades mais atingidas no país. Agora, com as novas imagens, os cientistas estão fazendo descobertas importantes. Já sabem por exemplo, que os raios no Brasil duram mais tempo do que se imaginava. Até um segundo e meio.
E os que caem em São José dos Campos não são iguais, por exemplo, aos observados no Rio Grande do Sul.
"Podemos dizer que são completamente diferentes. As nuvens do Rio Grande do Sul, que vêm do norte da Argentina, são muito extensas. O bom é que são raios positivos e a gente está tentando entender melhor os raios positivos. Isso no mundo inteiro é uma preocupação. O que a gente já sabe é que os raios negativos piscam mais, têm várias descargas, 5 até 20, os positivos são muito mais intensos, mas tem uma só descarga, são mais nocivos?, aponta o pesquisador do INPE, Marcelo Sabá.
O coordenador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais diz que as imagens podem ajudar na prevenção.
?Os prejuízos hoje no Brasil são da ordem de R$ 1 bilhão por ano, é considerável. Baseado num levantamento que foi feito em todos os setores: elétrico, de telecomunicações, indústria civil, eletrônica. Dentro de um cenário onde os raios estão aumentando, a tendência é dos prejuízos aumentarem?, aponta Osmar Pinto Júnior.
E não são só prejuízos materiais. Em média, 132 pessoas morrem
por ano, vítimas de raios, no país.
"É preciso saber que características tem um raio que cai naquela região. Sabendo as características do raio, sabendo a região onde você vai se proteger, podemos dar mais dados que sirvam para sua proteção. Conhecendo seu inimigo, você estará melhor protegido dele?, aponta Marcelo Sabá.
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