Rômulo Costa EVILÁZIO BEZERRA
A carga de 200 toneladas superava os seis metros da passarela usada por moradores do Jabuti
Uma carreta tombou em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza, após tentar desviar da passarela provisória no quilômetro 20 da BR-116. O veículo transportava um moinho, usado na indústria de cimento, que não podia ser desmontado. O acidente ocorreu na manhã de ontem, próximo a comércios e residências. Não houve feridos. A carga de 200 toneladas superava os seis metros da passarela usada por moradores da comunidade Jabuti. O motorista teve de fazer o desvio ao lado da rodovia, por uma rua de piçarra, para não ocasionar acidente semelhante ao ocorrido no Rio de Janeiro, na última terça-feira. O POVO apurou que a carreta da empresa Tomé Equipamentos e Transportes saiu do Porto do Mucuripe com destino a Baraúna, no Rio Grande do Norte. Há três dias, a carreta era acompanhada por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e técnicos da Companhia Energética do Ceará (Coelce), a fim de evitar acidentes de trânsito e danos à rede elétrica. Segundo o inspetor Alexandre Azevedo, chefe do núcleo de policiamento da PRF, cargas que superem a altura de 4,40m precisam de autorização especial para circular em rodovias. Se a altura for muito elevada, além da autorização, os veículos são acompanhados por batedores da polícia para evitar transtornos aos demais condutores. Em alguns casos, a companhia energética é acionada para levantamento de fios. Uma viatura com dois agentes acompanhava a carreta. No momento do acidente, no entanto, nenhum policial estava fazendo esse trabalho. De acordo com Azevedo, técnicos da transportadora perceberam no dia anterior ao tombamento a impossibilidade de passar pela passarela e estudavam alternativas. A solução escolhida foi frustrada por causa de uma inclinação na subida para a rodovia. ?O condutor percebeu que a carreta estava tombando lentamente e logo abandonou o veículo?, descreve o inspetor. Um caminhão de pequeno porte da própria transportara foi atingido. O motorista não sofreu lesões. Altura O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit) afirmou que a passarela provisória segue as dimensões exigidas pelo órgão e mantém placa sinalizadora informando a altura do equipamento. De acordo com o inspetor Azevedo, até então nenhum veículo apresentara problemas para transpor a estrutura. De acordo com a assessoria de comunicação do Grupo Tomé, a empresa enviou equipe para averiguar os detalhes do acidente e iniciar o processo de remoção. Um guindaste seria utilizado nesse trabalho. A passarela era uma reivindicação dos moradores da comunidade Jabuti há pelo menos 15 anos. Após repetidos protestos, o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit) instalou o equipamento em novembro de 2013. Os pedestres consideram o equipamento inseguro. Eles relatam que a estrutura treme e apresenta buracos no piso de madeira. A estrutura provisória custou R$ 823.643,81 - valor referente à mobilização, montagem, locação, manutenção e desmontagem. Segundo o Dnit, o edital para construção da passarela definitiva está sendo concluído pelos técnicos do departamento e deve ser publicado até abril.