Cesariana em vacas
Geral

Cesariana em vacas


Indicações

TÉCNICA

Contenção

A contenção é variável conforme a espécie e as características do animal.
O veterinário, bem como seus auxiliares, deverão sempre cercar-se de condições que respondam pela sua segurança e pela melhoria das chances de sobrevivência do animal (piso. cobertura, assepsia).
Zebuínos necessitam ser deitados e contidos para que se possa trabalhar neles.  O animal deve ser deitado em decúbito lateral direito ou esterno abdominal (melhor), calçado com sacos de aniagem ou outro material que estiver a mão, o que facilita a movimentação do rumen evitando o empanzinamento.  O jejum deve ser preconizado, quando possivel.
Animais de raça européia podem ser contidos e trabalhados em pé, encostados em alguma cerca, embora o melhor e mais seguro seja sempre deitar o animal.
Equinos: são mais sensíveis à problemas infecciosos e portanto necessitam de centro cirúrgico, devendo ser encaminhados com urgência para locais apropriados. Caso isso não seja possível, os cuidados devem ser redobrados em relação à antissepsia, técnica cirúrgica, uso de antibióticos, informando ainda o proprietário sobre os riscos de infecção e perda do animal.

Antissepsia

Após o animal estar contido fazer a cuidadosa higienização das regiões a serem abordadas (quais sejam, o flanco e a região da anestesia peridural), com lavagem, tricotomia ampla (do final das apófises transversas até a última vértebra), lavagem com água, sabão e escova. desinfecção.  Fazer a assepsia conforme a técnica recomendada.

Anestesia

É recomendada a utilização de um miorrelaxante como por exemplo o ROMPUM (2ml IM em um animal com cerca de 400 kg)
Depositar no espaço epidural 6 a 8ml de novocaína 3% (cerca de 10ml de xilocaina em um animal com 400kg), para evitar que o animal sinta tração dos órgãos, principalmente do pedículo.
Anestesia local em L invertido, utilizando agulha grossa para perfurar a pele, possibilitando assim a entrada do mandril com a agulha de longo calibre.  Depositar a solução anestésica em espinha de peixe, iniciando no bordo da última costela e aproximando a agulha pouco a pouco tanto para a vertical como para a horizontal.  A deposição do anestésico deverá se dar em camadas superficiais e profundas. Na linha da incisão fazer uma infiltração subcutânea do anestésico.  (Serão utilizados cerca de 100 a 120 ml da xilocaína).

TÉCNICA OPERATÓRIA

O material mínimo necessário inclui bisturi, tesoura, porta agulha, agulhas apropriadas, pinças de Cocker e hemostáricas, campo plástico fenestrado, depositados em solução de Biocid.

1) Abertura da cavidade abdominal

É feita com bisturi, abre-se a pele, a musculatura subcutânea, o músculo obliquo abdominal externo, o interno e o transverso do abdome.
Alcançado o peritôneo protege-se o campo operatório com campo fenestrado e abre-se o peritôneo, com os cuidados necessários.

2) Exteriorização do útero

Introduzindo o braço entre o rúmen e o útero, empurrar o rúmen cranialmente e com os dois braços abraçar e exteriorizar o útero (que é localizado pelo conteúdo fetal).  Puxar fortemente o útero para fora da cavidade mantendo-o bem seguro e firme.
Fonte: Grunert et al, 1967.

3) Abertura do útero

Localizar um membro do feto e fazer a incisão em cima do mesmo, localizando um local onde esteja o mais liso possível para não lesar carúnculas e cotilédones.  Esta incisão não pode ser muito profunda pelo risco de ferir o feto e deve ser feita em região bem exteriorizada para drenar os líquidos fetais fora da cavidade abdominal.
Drenar os líquidos e segurando o membro fetal determinar qual é este membro, para poder puxar o feto.
Se for um membro posterior, puxar rapidamente.
Se for um membro anterior, referendar com corrente colocada acima do boleto e liberar rapidamente a cabeça.
Ao puxar o feto cuidado com o umbigo (se rompido muito próximo ao abdome pode causar persistência de úraco) e cuidado para não tracionar anexos.
Em todas estas situações o útero deverá estar sempre seguro.
Lavar a cavidade com muito soro fisiológico (principalmente se entrou líquido), esgotando este liquido de lavagem com o auxílio das mãos e suturar.
Obs.: No caso de gestação gemelar deve-se incisar junto à bifurcação retirando-se cada produto e sua placenta, quando não se tratar de vacas.
Fonte: Grunert et al, 1967

4) Sutura do útero.

Deve ser feita com cuidado para não atingir o endométrio.
Cushing na ida e Lanbert na volta, com fio absorvível e grosso (categute).
Alguns autores recomendam que antes do último ponto se introduza de 4 a 5 velas uterinas.
Fonte: Grunert et al. 1967.

5) Sutura da parede abdominal.

Deve ser feita por etapas.
Peritônio e transverso do abdome: categute nº4 cromado ou não, com sutura contínua (normalmente cerzidura simples), lembrando de iniciar e terminar a sutura fora da linha de incisão.  Ancorar bem os pontos, deixando uma margem ampla pelo risco de ruptura.
Obliquo interno e externo: com cerzidura contínua, ancorando a cada 2 ou 3 pontos na sutura anterior, no intuito de eliminar espaço morto entre as camadas.
Pele e subcutâneo: costurar em bloco com costura festonada ou usar agraff, lembrando sempre de iniciar fora da linha de incisão.
Pode-se suturar primeiramente o subcutâneo, com sutura contínua e a pele com pontos simples separados,diminui o risco de ruptura.

6) Curativo da ferida.

Aplicar iodo sobre a ferida, proteger a mesma com ungüento e algum repelente.
Antibioticoterapia (oxitetraciclina (TAlCIN) ou Cefalosporina sistemica (EXCENEL)

PÓS OPERATÓRIO

O animal submetido à cesariana normalmente está sem abertura de cervix o que dificulta a eliminação dos anexos.  Se estiver bem próximo ao período do parto, pode-se usar a ocitocina (até 20 horas após o tempo normal do parto ainda existem receptores).  Após este período ou em partos muito prematuros entrar com a ergotamina e prostaglandinas.
No pós operatório podem ocorrer cólicas (principalmente em equinos) e a retenção de placenta sempre ocorre.
O animal deve ser palpado no dia seguinte tanto para evitar as aderências como para ajudar no descolamento da placenta.
As complicações normalmente são decorrentes de falta de cuidado do transcirúrgico.
Dentre estas complicações estão o choque (pela manipulação excessiva das visceras) e a peritonite (morte entre 2 e 5 dias).




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