Tenho muito a agradecer a vocês, queridos leitores(as). Super obrigada mesmo! Na comemoração das quinze mil visitas, no dia 8 de maio, eu pedi encarecidamente a vocês que parassem de tirar férias e descansar nos finais de semana, períodos em que a frequência do blog cai muito. Daí andei pensando e concluí que esse negócio de dormir também não tá com nada. Dormir é overrated, superestimado, sabem? Vocês podiam perfeitamente bem usar esse tempo ocioso pra ler meus 700 posts antigos, que estão aí juntando teia de aranha (quando eu voltar pra Santa Catarina, daqui a dois meses, tirarei fotos do teto da minha sala pra vocês verem o que é teia de aranha de verdade).
É sério, houve uma época, na minha adolescência, em que eu considerava dormir a maior perda de tempo. E tentava passar dias sem perder esse tempo. Não dava, e no segundo dia eu já parecia bêbada. Ria de qualquer besteira, tropeçava nas coisas, esquecia tudo – pensando bem, não era muito diferente da Lolinha atual sóbria. Mas como minha mente funciona em círculos, quando funciona, notei que na minha adolescência o filme da moda era Flashdance. E por isso temos aí a foto da dublê da Jennifer Beals pra comemorar as 25 mil visitas. Na época, suponho, o que faziam com ela (despejar litros d'água em cima) era visto como erótico; hoje é como os americanos torturam terroristas muçulmanos, o chamado waterboarding. Os tempos mudaram, mas ainda me lembro bem de Flashdance. Tinha aquela cena sugestiva da Jennifer comendo lagosta desajeitadamente na frente do chefe/namorado, enquanto usava seu pé pra massagear o que devia ser a melhor parte do Michael Nouri. Essa cena me marcou profundamente. Foi liberadora, digamos. Depois de vê-la, na ocasião seguinte em que fui comer um sanduíche cheio de maionese em público, e caiu tudo em cima do meu queixo, roupa, nariz, bochecha, pés, eu só fitava os olhares atônitos e dizia: “Flashdance! Que foi, nunca viu?!”. (Não encontrei a imagem, então a foto aí é da Daryl Hannah comendo lagosta em Splash, Uma Sereia em Minha Vida).
Hoje eu continuo fazendo escândalo ao comer sanduíche com qualquer tipo de molho, mas não posso mais gritar “Flashdance!”, porque ninguém vai entender. Não sei se o pessoal ainda associa o filme de 1983 a alguma coisa. Talvez à dublê da Jen dançando “What a Feeling” no final? De qualquer modo, tô guardando meu grito de “Flashdance!” pra próxima vez que tiver que pular uma poça d'água e estirar um músculo.
Tive de consultar o maridão, que está aqui ao meu lado nesse momento histórico das 25 mil visitas (no mínimo 5 mil devem ser dele), pra tentar resolver dúvidas sobre alguns termos técnicos (waterboarding, estiramento de músculos).
E ele: “Que catzo você tá escrevendo?”
Eu: “Não importa. Só responde!”
Ele: “Importa sim! Eu que durmo nessa casa! Se você tá pesquisando sobre métodos de tortura e estiramento de músculos, preciso saber”.
Dá pra ver que o energúmeno nunca viu Flashdance.
Aceito sugestões sobre qual foto usar na comemoração das 40 mil visitas – que, se vocês abrirem mão dessa frescura de dormir, pode até ser mês que vem.
Outras comemorações: mil visitas, dez mil, quinze mil.