Geral
China expõe fragilidade da indústria brasileira - EDITORIAL O GLOBO
O GLOBO - 08/01
A desaceleração chinesa subtrai bilhões das exportações de matérias-primas do Brasil, e o país não consegue compensar as perdas com a venda de manufaturados
O mercado de ações da China teve ontem mais um dia tumultuado, com as negociações sendo suspensas depois que a bolsa chegou a uma queda de 7%. O mesmo ocorrera na segunda-feira. Pelo tamanho da economia chinesa, a oscilação se espalhou pelo planeta.
Há evidentes problemas na segunda maior economia do mundo, o que afeta o Brasil de maneira direta, e já há algum tempo. Maiores importadores de commodities brasileiras (soja e minério de ferro), os chineses respondem por parte relevante da queda das exportações nacionais. Em dois anos o Brasil perdeu, na conta das vendas ao exterior, uma receita de US$ 50,9 bilhões. Nas commodities, US$ 25,8 bilhões. Ao desacelerar, a China ajudou a reduzir as cotações de matérias-primas.
Ainda assim, o país voltou a acumular superávit, obtendo no ano passado um saldo positivo no comércio de US$ 19,7 bilhões, o maior desde 2011, depois de um déficit de US$ 4 bilhões em 2014. Este superávit, entretanto, deriva de uma crise: a vertiginosa recessão causada por erros da política econômica do primeiro mandato de Dilma. As exportações caíram, no ano passado, 14,1%, mas as importações, puxadas pela recessão, retrocederam 24,3%. Daí o superávit.
A economia brasileira poderia compensar parte do que perde em commodities com a venda de manufaturados, não fosse um erro estratégico crasso cometido na política industrial.
Com todo o crescimento no século XX, o Brasil, na essência, manteve uma relação de padrão colonial com o mundo: exportador de matérias-primas e bens industrializados de baixo conteúdo tecnológico (salvo exceções) e importador de bens mais elaborados.
A chegada do PT ao Planalto reforçou a distorção, enfatizada por um ciclo de ouro de elevação do preço de commodities, na esteira da expansão da China, um período já encerrado. Com o PT, voltou o protecionismo, e o Brasil se apegou a um Mercosul bolivariano, fechado em si mesmo.
A desaceleração chinesa fez desabar as commodities e criou um problema nas exportações brasileiras, ao mesmo tempo em que os ?desenvolvimentistas? aplicavam a política do ?novo marco" e assim desestruturavam as finanças internas do país. O saldo está aí: recessão, desemprego, inflação elevada, grande desvalorização cambial.
Se o país não tivesse mais uma vez praticado políticas para ?proteger? segmentos da indústria, hoje poderia haver um parque manufatureiro moderno capaz de competir em outros mercados.
Repete-se a lição: a economia brasileira precisa se abrir ao exterior, integrar-se às linhas globais de produção. Caso contrário, continuaremos a repetir, séculos a fio, crises agravadas pela queda mundial do preço de matérias-primas que o país exporta.
Já foi com o café no passado, agora são a soja e o minério de ferro. Uma relação de padrão colonial que o Brasil já manteve com Portugal e Inglaterra hoje repete com a China.
-
O Brasil E A Freada Chinesa - Editorial O EstadÃo
O ESTADO DE S. PAULO -21/10 O governo brasileiro tem motivos especiais para se preocupar com o menor crescimento chinês. Há preocupações em todo o mundo, porque a China, segunda maior potência econômica, gigantesca na exportação e na importação,...
-
O Brasil E A Onda Chinesa - Editorial O EstadÃo
O ESTADÃO - 25/08 Ruim para a China, ruim para o Brasil, uma economia dependente em excesso da prosperidade chinesa. Mais uma vez a bolsa brasileira foi abalada pela turbulência no mercado chinês. O choque espalhou-se por todos os continentes, em mais...
-
Ideologização De Política Externa Isola País E Afeta Economia - Editorial O Globo
AÉCIO 45 PRESIDENTE O GLOBO - 27/09 PROBLEMAS DO BRASL/Diplomacia e comércio exterior Não se tem notícia de uma fase como esta dos 12 anos de hegemonia do PT, em que o Itamaraty tenha estado tão distante das formulações da diplomacia do país....
-
O Agronegócio Salvador - Editorial O EstadÃo
O Estado de S.Paulo - 13/05 Com superávit de US$ 24,14 bilhões de janeiro a abril, o agronegócio continua sendo o principal suporte do comércio exterior brasileiro, abalado por exportações totais em queda e um desempenho muito ruim da maior parte...
-
O Saldo Sumiu - Miriam LeitÃo
O GLOBO - 03/04 Em pouco mais de dois anos, sumiram US$ 30 bilhões do saldo comercial brasileiro. A queda foi expressiva e rápida: de novembro de 2011 a março de 2014, redução de US$ 31,4 bilhões para US$ 1,6 bi, no acumulado em 12 meses. A corrente...
Geral