Civita prega regulação da mídia. Qual?
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Civita prega regulação da mídia. Qual?


Por Altamiro Borges

No final de maio, durante o 5º Congresso da Indústria da Comunicação, em São Paulo, Roberto Civita, o capo do Grupo Abril que edita a revista Veja, surpreendeu os 1.350 profissionais presentes ao defender mecanismos “equilibrados” de regulação da mídia. O evento, organizado pela Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap), visava exatamente o oposto. Ele serviria como lobby para defender a chamada liberdade de expressão como um direito absoluto, sem qualquer regramento.


“É preciso haver um equilíbrio nessa questão. Aqui foi dito por diversas vezes que liberdade implica em responsabilidade. Mas não se pode obrigar ninguém a ser responsável. Não temos como ensinar isso. Portanto, sou a favor de certo tipo de regulamentação” – afirmou Roberto Civita. Ele não explicou que “tipo” de regulação defende nem para quando – pode ser para o próximo milênio. Mas a sua posição não deixa de ser surpreendente e... inquietante!

Algo se move nos impérios midiáticos

Nas últimas semanas, quando cresceu o boato de que o governo Dilma promoveria uma “consulta pública” sobre o tema, algo se moveu nos impérios midiáticos. O ex-presidente FHC, um famoso aliado da chamada grande imprensa, foi o primeiro a pregar “certa regulação” durante um evento promovido por seu instituto, o IFHC. Na sequência, alguns “calunistas” também defenderam mudanças no setor. Por último, no lance mais arrojado, foi o próprio chefão da Veja - aquela revista acusada de se associar com o crime organizado.

De duas, uma – ou as duas juntas. Ou os barões da mídia já perceberam que será inevitável algum tipo de regulação e tentam se antecipar para limitá-la ao máximo – na velha tática de mudar na aparência para que a essência permaneça a mesma. Ou eles estão preocupados com a grave crise vivida pelo seu modelo de negócios, decorrente do crescimento da internet e da presença ameaçadora das poderosas multinacionais das telecomunicações – as tais “jamantas”, segundo a expressão do ex-ministro Franklin Martins.

Aumentar a pressão da sociedade

Em ambos os casos, as recentes declarações de representantes dos impérios midiáticos servem de estímulo aos setores que lutam, de fato, pela democratização dos meios de comunicação. Se até os barões da mídia já admitem a possibilidade de alterações no setor, por que diabos o governo Dilma Rousseff não toma uma atitude? O que ele está esperando? Algum acordo de bastidor com os decadentes empresários do ramo? O momento é de aumentar a pressão da sociedade pela regulação da mídia no Brasil!




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