COMO TUDO, O FRIO É RELATIVO
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COMO TUDO, O FRIO É RELATIVO


Ontem à noite, ao sair da faculdade, deparei-me com um rapaz vestido de short e camiseta. Eu tava com o meu já tradicional casacão, cachecol arco-íris, gorrinho, luvas e três calças. Ele olhou pra mim e eu pra ele. Não foi aquele olhar de “rolou um clima”. Não, se eu pudesse adivinhar o pensamento dele, seria: “Por que ela tá vestida de boneca de neve com esse calor?”. Já o meu pensamento foi algo nas linhas de “Vi num filme que quando a pessoa tá muito drogada não sente nada”. É óbvio que a razão é minha. Talvez ontem não estivesse mais tão frio pras roupas que eu usava. Na realidade, pode muito bem ter sido o dia mais quente dos últimos dois meses. Mas tava uns 8 graus positivos! Celsius! Tudo bem que qualquer temperatura positiva já é lucro, só que 8 míseros graus não é pra sair por aí como quem vai à praia! Ainda é frio pra chuchu. Quando faz 8 graus em Santa Catarina, ninguém fala em outro assunto. É só encontrar um conhecido que o papo que invariavelmente rola é: “Puxa, que frio horroroso que tá hoje, hein? Vou dormir com três cobertores... Topas?” (essa última parte foi minha imaginação fértil). E aqui em Michigan o pessoal sai de short!

Pra mim, é muito interessante ver como esses conceitos abstratos, frio e calor, são relativos. Apesar dos cinco meses consecutivos de puro inverno por aqui – mais gelado que o meu congelador, e isso não é exagero! -, até agora não experimentei a sensação de “estar morrendo congelada à la Shining com mil pedacinhos de gelo perfurando o meu rosto” que experimentei em Moscou. Lá tava 23 graus negativos. Lembro muito bem de duas coisas. Uma é que o maridão não acreditava que pudesse fazer tanto frio. Nosso hotel ficava em frente à Praça Vermelha, e o MacDonald's, que foi nossa salvação nos primeiros dias, ficava logo depois da praça. Como era perto, o maridão, um otimista inveterado (ou invertebrado), achou que dava pra chegar lá numa boa sem colocar gorrinho, cachecol e luvas. No meio do caminho ele parou e, meio imóvel, sem conseguir pronunciar as palavras direito, balbuciou: “Tenho que voltar”. A outra imagem é a de um sorvete de casquinha que alguém tinha derrubado no chão. O sorvete tava inteiraço no chão. Não derretia! Russo não sabe o que é sorvete pingando na roupa.

Em compensação, um amigo nosso da Finlândia, um país que deve ser tão ridiculamente gelado quanto a Rússia, disse que nunca passou tanto frio na vida como quando esteve no Paraná. Não acredito. Assim como não acredito na Andie, uma brasileira super querida que mora em Detroit e contou que uma amiga sua do Canadá mediu a temperatura num dia em fevereiro: 59 graus negativos! Eu insisti com a Andie que essa temperatura não faz nem em Netuno, mas ela não quis saber.

O pessoal do nordeste que lê o blog deve estar acompanhando este papo como quem acompanha dois ETs falando de física quântica em mandarim. Ah, algum dia eu quero morar aí!





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