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COMPORTAMENTO:Segundo pesquisas do Ambulatório de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo, 25% da população brasileira sofre de algum tipo de transtorno de ansiedade.

Segundo pesquisas do Ambulatório de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo, 25% da população brasileira sofre de algum tipo de transtorno de ansiedade.

Hoje iniciaremos no nosso blog um especial sobre ansiedade. Eu, particularmente, sou uma pessoa bastante ansiosa, e tenho particular interesse pelo tema. Por este motivo, iniciei esta semana a leitura do livro ?Acabe com a ansiedade antes que ela acabe com você?, de autoria de Edmund Bourne e Lorna Garano. Edmund Bourne, PhD., é um norte-americano especializado no tratamento de transtornos de ansiedade. O objetivo deste especial é ajudar você a entender um pouco mais sobre a sua ansiedade, e a lidar com ela de uma maneira saudável. A cada capítulo, publicarei uma nova matéria no blog, e no final deste especial espero que você e eu saibamos lidar melhor com a ansiedade.

A primeira coisa a se aprender é: o que é e o que não é ansiedade?

A ansiedade faz parte das emoções básicas do ser humano e é parte integrante da sua própria condição. Por definição, a ansiedade é um estado de humor desconfortável, um sentimento de defesa, que alerta o indivíduo quanto à possibilidade de um perigo ou ameaça iminente ou de algo desconhecido. Inevitavelmente, a ansiedade faz parte da vida moderna. Várias situações de nosso cotidiano são estressantes e geram uma resposta normal de ansiedade. Se você não sente ansiedade nunca, é sinal de que algo está errado.

Ansiedade não é a mesma coisa que medo. Quando você sente medo, esse medo geralmente é uma resposta a uma ameaça concreta ou conhecida. Por exemplo, você pode temer não cumprir um prazo no trabalho, ou não passar em uma prova. Já quando você sente ansiedade, é muito comum não conseguir especificar o motivo da ansiedade. Você fica ansioso em relação a algum perigo que não está presente e é apenas remotamente provável. Você pode ficar ansioso em relação ao seu futuro profissional, pessoal, à sua segurança, à possibilidade de perder o emprego, ou ter uma vaga sensação de que algo ruim pode acontecer em sua vida.

Precisamos diferenciar, no entanto, a ansiedade normal da ansiedade patológica.

Quando é que a ansiedade passa a ser considerada patológica?

A ansiedade é considerada normal quando é uma resposta adaptativa do ser humano frente a situações de ameaça, o que ajuda o indivíduo a se preparar para enfrentar aquela ameaça. Por exemplo, se você tem uma prova de vestibular, podemos considerar que a prova é uma ameaça, e é normal que você fique ansioso antes de uma prova. Essa ansiedade poderá te ajudar a se preparar melhor para a prova estudando mais.

Já a ansiedade é patológica quando gera sofrimento intenso, e afeta a pessoa completamente. Neste caso, ela não ajuda o indivíduo, mas o prejudica. No exemplo que citamos por exemplo, a ansiedade patológica seria se diante de uma prova, o indivíduo ficasse ansioso a ponto deste sentimento atrapalhar os seus estudos, as suas atividades cotidianas, gerando nervosismo excessivo, apreensão, dificuldade de concentração, dentre outros sintomas. A ansiedade patológica surge quando a resposta a uma situação (real ou imaginária) é inadequada, seja por intensidade e/ou duração exageradas. A intensidade, duração ou freqüência da ansiedade são claramente desproporcionais à ameaça. A ansiedade afeta o indivíduo completamente, sendo ao mesmo tempo uma reação fisiológica, comportamental e psicológica.

Em termos fisiológicos, a ansiedade compreende uma série de reações de nosso corpo, como aceleração dos batimentos cardíacos, sudorese, contração dos vasos sanguíneos, náuseas, aumento do peristaltismo (o que faz muitas pessoas a terem diarréias quando ansiosas), tensãomuscular, boca seca, vertigem, contração das pupilas, ereção dos pêlos (a pessoa fica toda arrepiada).

No nível comportamental, a ansiedade pode paralisar a capacidade da pessoa de agir, de se expressar, ou de lidar com situações cotidianas.

Já em termos psicológicos, a ansiedade é um estado subjetivo de apreensão e inquietude. Em vários casos, as pessoas relatam até medo constante de morte ou enlouquecimento.

Pelo fato da ansiedade afetar o ser humano nessas três esferas, um programa completo e eficaz para enfrentar a ansiedade deve abordar as três esferas: fisiológico, comportamental e psicológico. O livro fala que ?é preciso aprender como reduzir as reações fisiológicas, eliminar o comportamento de fuga e mudar o discurso interno que perpetua o estado de apreensão e preocupação.?

No próximo artigo falaremos dos principais tipos detranstornos de ansiedade. Por enquanto, é importante que você memorize que a ansiedade passa a ser um transtorno quando deixa de ser uma reação normal, gerando sofrimento pessoal e interferindo nas atividades cotidianas do indivíduo.

Referências

Acabe com a ansiedade antes que ela acabe com você: 10 maneira simples para aliviar a ansiedade, o medo e a preocupação / Edmund J. Bourne, Lorna Garano; tradução Renata Laureano e Sílvia Peres. ? São Paulo : Editora Gente, 2008.

ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA. Manual Diagnóstico e Estatístico deTranstornos Mentais (DSM-IV). Porto Alegre, Ed. Artes Médicas Sul, 1995, 4^a ed.

http://www.psiquiatriageral.com.br/psicopatologia/sindromeansiosa.htm

http://www.novartis.pt/patologias/ansiedade.shtml

http://www.psiquiatriainfantil.com.br/teses/ione_colety/pagina4.html

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