Congresso do PS (2)
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Congresso do PS (2)


O ponto alto do primeiro dia de qualquer Congresso partidário subsequente à mudança de liderança é obviamente o discurso inaugural do novo líder.
A. J. Seguro deu boa conta do recado, com um discurso forte, embora demasiado longo e um tanto disperso. Ponto alto: o ataque à governação do PSD, sem esquecer a da Madeira, tendo mesmo recuperado a noção de "défice democrático". Ponto menos conseguido: a política económica numa quadro duradouro de austeridade orçamental e de fraca competitividade externa.
Disiludiram-se os que esperavam rupturas em relação ao discurso anterior do PS ou grandes "viragens à esquerda". A única inovação doutrinária relevante é a insistência numa acentuada dimensão "personalista" ("as pessoas primeiro" é o lema do Congresso), numa clara invocação de Guterres, conhecida referência do novo líder. Em certo sentido, Seguro encarna uma espécie de "neoguterrismo".
Pelo seu temperamento e estilo pessoal, o novo líder do PS não suscita arroubos nem emoções fortes, mas transmite segurança e firmeza. Bem precisa de ambas na condução do PS nas difíceis condições destes tempos.




- Falta De Autoridade
Sim, com um défice orçamental nominal de 2,8% previsto para o corrente ano não é difícil antecipar que o défice estrutural das contas públicas não vai ser significativamente diminuído, devendo continuar longe da meta do meio ponto percentual...

- Temperança
Se ganhar as próximas eleições parlamentares, como se espera e é sua obrigação, o PS regressa ao poder numa situação algo semelhante à de há vinte anos, quando em 1995 Guterres sucedeu a Cavaco Silva, igualmente numa fase ascendente do ciclo...

- Vertigem Grega (15)
1. É evidente que a Grécia sofreu uma austeridade e uma recessão mais longa e mais profunda do que a portuguesa, desde logo porque a sua situação de partida era muito mais grave e depois porque a resistência social à austeridade e a instabilidade...

- Chicotada Psicológica
A. J. Seguro não nasceu para líder nem aprendeu a ser líder. E se a vocação e o carisma têm a ver com os genes, já a impreparação é uma responsabilidade pessoal. Pior do que falta de qualificações, nesta campanha A. J. Seguro revelou...

- Défices
Como aqui foi sendo dito, o mais grave défice do País não é o défice das contas públicas -- que dois ou três anos de austeridade resolvem -- mas sim o défice das contas externas -- que deccorre do défice de competividade externa da economia e...



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