Consciência Cósmica – O Universo Vivo
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Consciência Cósmica – O Universo Vivo



A ideia de que os corpos celestes ou inanimados são seres sencientes não faz sentido para a ciência acadêmica. Porém, para as tradições religiões mais antigas e algumas ciências ocultas essa possibilidade é seriamente considerada.

A afirmação de que o Sol, por exemplo, tem consciência de si mesmo e uma vontade própria é um pensamento primitivo e animista para um cientista ortodoxo. Todavia, parece que existe uma espécie de “intuição poética” da existência de uma Consciência Cósmica que persiste. Mais recentemente, essa concepção vem ocupando pesquisadores de diferentes áreas, especialmente diante das descobertas da física quântica. Novidades a respeito da constatação do enigmático comportamento das partículas e das propriedades espectrais da matéria subatômica estão propondo exatamente esta especulação primordial.



Os astrofísicos têm conjurado ultimamente a chamada matéria escura para explicar o inexplicável. Mas a própria matéria escura é, em si mesma, algo que permanece indefinido e não-detectável, apenas presumida, como uma entidade de ficção científica.





- A consciência das estrelas


Para o físico Dr. Gregory Matloff, a admissão da consciência das estrelas poderia ser a resposta para o mistério da harmonia das esferas, que giram em torno do centro de uma galáxia - como a Via Láctea ̶ a uma velocidade maior do que seria esperado considerando cálculos que incluem somente a matéria visível do Universo.

Matloff teoriza sobre a possibilidade de que os corpos celestes mantêm suas posições e trajetórias através da ação voluntária exercida através de psicocinese. Nesse caso, a mente de uma estrela (ou de qualquer outro corpo celeste) poderia atuar diretamente sobre as propriedades físicas da dessa estrela. Segundo o físico, é preciso considerar a possibilidades de que, a consciência, assim como a gravidade é um elemento essencial da estrutura do Universo.


De fato, apesar das aparências, muito pouco se sabe sobre a verdadeira natureza do que se chama de força gravitacional. Os cientistas podem medi-la, podem calcular interações gravitacionais em termos de atração e repulsão entre as massas das entidades astronômicas, como planetas, estrelas, cometas, mas não sabem o quê realmente é essa força que rege as relações físicas das distâncias e rotações entre os corpos celestes. A força da gravidade é um mistério científico.

...A consciência ou mente [ou, ainda pensamento] pode influenciar diretamente as propriedades de um sistema físico utilizando a energia presente em flutuações quânticas. (Significa que pensar emite energia em forma de partículas). ...

Definir consciência não é fácil... Será que de alguma forma a consciência permeia o Universo inteiro? Alguns, como E.H Walker (em The Physics of Consciousness, 1970) concluem que a consciência não pode ser definida... David Bohm (Wholeness and the Implicate Order, 1980) acredita que o pensamento consciente é um processo e não um objeto. M. Kefatos e R. Nadeau argumentam que este processo, em algum sentido, talvez panteísta, permeia todo o Universo (The Conscious Universe, 1990).
(MATLLOF, 2012)


- “Penso, logo existo.”

No contexto da Biologia, atualmente, a idéia de uma consciência orgânica já tem o apoio de teorias que admitem a existência de um campo universal de consciência interagindo com ano estruturas elétricas do sistema nervoso de seres vivos de todos os Reinos da Natureza terrena. 

Tanto em animais, desde os seres humanos, os mamíferos superiores em geral, pássaros, peixes, bactérias etc., a estrutura neuronal, do cérebro mais evoluído até os núcleos mais elementares, analisados por Evan Walker Harris (físico norte-americano, 1936-2006) ̶ apresentaram atividades (eventos) em nível quântico que contribuem para a realidade da consciência.


- A personalidade e o “eu”

Admitir a existência de uma Consciência Cósmica ou - ainda, de consciência em diferentes seres e formas  de vida, mesmo aqueles que parecem inconscientes ou brutos (mortos), implica considerar que o Eu, não é sinônimo de uma personalidade.

A auto-identificação com uma Personalidade é passageira, é um condicionamento; o sentimento consciente do EU seria, então algo permanente na idéia de Eternidade. A Personalidade é o quê os Espíritas e Teósofos chamam daquilo que - aqui definimos como - percepção efêmera de uma só vida de um espírito encarnado.Seria a consciência que homem tem de ser alguém com um determinado histórico (nome, filiação, nacionalidade, uma cultura específica) que somente são referências na vida presente. Porém, a existência desse espírito que existe muito além de uma só vida.

O sentimento de "Eu" que as pessoas identificam com a consciência de uma identidade, o self, o "saber de si mesmo", seria - então, na verdade, um fenômeno superior à Personalidade. A Personalidade de uma vida humana perde o sentido com a morte do corpo físico. O EU permanece para em uma existência que vai muito além e comporta muitas outras experiências de Vida. 

Admite-se portanto a premissa que a Consciência é uma propriedade fundamental presente em Todo o Universo, mas a personalidade é uma das formas de auto-percepção.


“Nossa abordagem para um novo paradigma científico (não mecânico) consiste na idéia na idéia do Universo como um organismo vivo. O Big Bang descreve a origem do Universo como uma unidade [superdensa] e indiferenciada. [A partir de determinado momento ̶ que é o Fiat Lux da Bíblia judaico-cristã] ... o Universo evolui, diferencia-se em infinitas formas e estruturas. Isso se parece muito mais com um organismo do quê com uma máquina.

A antiga idéia da Terra como um corpo celeste morto [ou bruto] há muito divide espaço com a teoria de Gaia, a idéia da Terra como um ser vivente que faz parte de um Universo que evolui criativamente...

Considerando essa hipótese cabe - então investigar] ...Se o Universo está vivo, se os sistemas solares, as galáxias, os planetas são seres vivos, também são conscientes? Ou estão vivos mas não têm consciência [de si mesmos] como uma bactéria, que é um ser vivo mas que [supomos] não tem consciência de si mesma?... Será que os seres humanos são os seres mais conscientes que existem no Universo?

A ciência (ortodoxa) diz que sim. Mas eu acho essa hipótese muito improvável. Se admitimos a idéia de formas diferentes de consciência, se uma galáxia tem vida e consciência [em si mesma], então essa consciência pode ser muito maior ou superior que a consciência humana; maior em extensão de conhecimento, maior em [quantidade de] energia disponível [para agir]...”
(RUPERT SHELDRAKE)


  
- O conhecimento dos Antigos

A maioria das religiões antigas concebe a Natureza como um ser inteligente e os planetas como criaturas inteligentes. Os antigos consideravam essa entidades dotadas de pulsação, com as quais é possível estabelecer comunicação. A Natureza é vista como uma Grande Mãe (Gaia) que proporciona tanto o alimento material quanto o espiritual e as almas [os espíritos] seriam, então, como ramos de uma árvore invisível cuja raiz está no centro de todas as coisas.


A filosofia gnóstica concebe este planeta como manifestação de uma deusa: Sophia ou Gaia Sophia; e o sistema Solar como a "encarnação" ou corporificação de seres tutelares chamados Arcontes. De tal modo, os planetas são Arcontes. As estrelas também. Ou seja, os astros seriam corpos animados por Espíritos.



Tradições ainda mais antigas, compiladas em escrituras sagradas indianas e chinesas, a chamada Doutrina Secreta, apresentam a Cosmogênese do Budismo Esotérico na qual a Consciência está no princípio de  Todas as Coisas e confunde-se com o próprio conceito de Deus.
A Doutrina Secreta, introduzida no ocidente pela precursora da Teosofia, Madame Blavatsky,  utiliza termos do sânscrito para falar das Entidades que constituem o Universo. Todavia, o texto introdutório da Cosmogênese em tudo se parece com as primeiras frases do Gênesis da Bíblia judaico-cristã e das cosmogêneses míticas de culturas de todo o mundo. Certamente, essa semelhança não é mera coincidência:


“O Eterno Pai, envolto em suas Sempre Invisíveis Vestes,
havia adormecido uma vez mais durante Sete Eternidades.
O Tempo não existia...
A Mente Universal não existia, porque não havia Ah-hi para contê-la...
Só as Trevas enchiam o Todo Sem Limites, porque Pai, Mãe e Filho
eram novamente Um e o Filho ainda não havia despertado...”
(BLAVATSKY, 2006 - p 94)


(Na Doutrina Secreta, Mente significa a totalidade dos Estados de consciência compreendidos sob as denominações de Pensamento, Vontade e Sentimento. Os Ah-hi (ou Dhyân-Chohans) são as Legiões de seres espirituais, as Legiões Angélicas do Cristianismo. Os Elohim  constituem o veículo para a manifestação do Pensamento e da Vontade Divina. São forças inteligentes.)


Os ocultistas ocidentais, desde o começo da Idade Média até hoje, passando pelos Mestres do século XIX (anos de 1800) e primeiros anos do século XX, adotaram esses mesmos conceitos valendo-se, como os Gnósticos, de uma nomenclatura de origem greco-romana. Assim, de acordo com essa orientação, escreve Eliphas Levi em Grande Arcano:

“Têm alma os astros? E tem a Terra que habitamos uma consciência e um pensamento que lhe são próprios? Nós o ignoramos; porém não podemos afirmar que estão em erro os que o quiserem supor... Conforme os hierofantes antigos, a matéria não é mais que o substratum dos espíritos criados. Deus não a criou imediatamente [refere-se à matéria densa]. 
De Deus emanam as potências [Forças Inteligentes, como menciona a Doutrina Secreta] os Elohim que constituem o céu [no sentido de o Cosmos, todo o Universo e todos os Universos dentro do Universo] e a terra... Estes Elohim ou estas potências seriam as grandes almas dos mundos...”
(ELIPHAS LEVI)


- Ser ou Não Ser

Ainda segundo a astrofísica ocultista ocidental, Eliphas Levi explica que essas forças [ou espíritos ] colossais são os Egrégoros do livro de Enoque [patriarca e profeta bíblico]. Os "mundos" são todos os corpos celestes e a "harmonia das esferas” é um conflito entre Todas as Coisas Criadas. O conflito sheakespereano de Ser ou não ser. Duas tendências: Ser uma criatura diferenciada vivente, em seu próprio espaço de existência ou, Deixar de Ser, retornando ao um, autodestruindo-se pela agregação dos diferenciados no Indiferenciado.
  

Muito recentemente, em junho de 2012, os jornais publicaram uma notícia astrofisicamente estranha para a Ciência acadêmica: Os monitores neutrais (de nêutrons e neutrinos) de todo o mundo iluminaram-se. A Terra está pulsando e, segundo os cientistas, isso não é normal:



“Depois de um longo período, que os cientistas entenderam como de uma quietude anormal, o Sol, em 17 de maio, desencadeou uma tempestade solar. Porém, o que está causando espanto entre os astrofísicos é o que está acontecendo com a Terra. Os monitores neutrais de todo o mundo agitam-se pela primeira vez em seis anos. As luzes estão acesas apesar da atividade solar ser considerada uma M-Class, ou seja, uma tempestade moderada. O indicadores neutrais estão informando é algo que não deveria estar acontecendo porque significa que o planeta parece estar respondendo aos rompantes solares. A Terra está pulsando em correspondência com o Sol.”
(DAILY MAIL, publicado em 01/06/2012)
  




Através destas reflexões é que nós, seres conscientes e dotados de inteligência podemos entender e transformar o universo. No entanto, começamos a perceber que não estamos em uma posição superior, mas sim fazemos parte de algo muito maior. Tal raciocínio nos aproxima do conceito de Deus, trazendo a tona os maiores pensamentos dos antigos mitos da humanidade. O conhecimento esquecido, que gradualmente estamos recuperando.

Como espécie, estamos amadurecendo, e aquele egoísmo e insegurança, que observamos nas crianças,  começa a se dissipar. Talvez comecemos a compreender realmente a ligação que possuímos com o Todo, e confortavelmente possamos perceber que nós não estamos sozinhos no Cosmos. Nunca estivemos, e nunca estaremos, pois somos parte de um organismo muito maior e pleno.
  




Henrique Guilherme
Escritor e estudioso. 
Curioso a cerca dos grandes mistérios das antigas civilizações
http://www.facebook.com/henrique.aborigine




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