Contagem regressiva na Venezuela
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Contagem regressiva na Venezuela


Por Jonatas Campos, no sítio Opera Mundi:

Os venezuelanos iniciaram neste domingo (23/09) contagem regressiva para as eleições presidenciais, que serão realizadas no dia 7 de outubro, quando elegerão o novo líder que governará o país de 2013 a 2019. Os favoritos à Presidência são o atual presidente do país, Hugo Chávez, e o ex-governador de Miranda Henrique Capriles.

Em nova pesquisa do IVAD (Instituto Venezuelano de Análises de Dados) Chávez deve liderar a votação entre todas as classes sociais. Totalizados os resultados da pesquisa, Chávez fica com 49,6% enquanto Capriles obtém 35% dos votos. A vantagem do presidente, porém, varia entre 5,3% até 23,5% de acordo com o estrato social.

Nas classes A-B, segundo a pesquisa do IVAD, é onde a disputa é mais acirrada. Enquanto Chávez tem 47% das intenções de voto, Capriles regitra 41,7%. Nste estrato social também está a menor margem de indecisos: 11,3%. Na classe C, Chávez reúne 48,9% enquanto Capriles, 33,9%. Mas na classe D, mais numeroso em termos populacionais, a folga para o atual mandatário salta para 23,5% de vantagem: Chávez tem 53,1% e Capriles 29,6% das intenções de voto.

Apesar de representar a parcela da população venezuelana mais beneficiada pelos programas sociais do governo, as classes C e D mantêm o mesmo número de indecisos, cerca de 17%. De acordo com o IVAD, isso se explica pelo fato de o candidato opositor garantir que os programas sociais do governo Chávez não serão interrompidos.

Segundo dados de outro instituto de pesquisas, o GIS XXI (Grupo de Pesquisa Social Século Siglo XXI), a classe A-B representa 8% da população da Venezuela, a classe C soma 17% enquanto outros 75% dos venezuelanos se localizam nos estratos sociais mais populares, as classes D e E.

No começo de setembro i ICS (International Consulting Services) divulgou levantamento no qual o presidente aparece com a preferência de 57,3% dos 2.200 entrevistados. O postulante de oposição, por sua vez, tinha 33,1% dos votos. Em outra pesquisa, do Instituto Hinterlaces, Chávez aparece com 61,3% das intenções de voto, enquanto Capriles teria 38,7%. Esses números já excluem as pessoas que se dizem indecisas ou que votarão nulo ou em branco.

Campanha

Chávez, que no sábado realizou um ato de campanha no estado de Trujillo, não saiu às ruas neste domingo, mas não deixou de acompanhar os atos liderados por seus ministros. Os ministros de Estado para a Transformação Revolucionária da Grande Caracas, de Ambiente, de Mineração e Petróleo e de Habitação, entregaram mais de mil casas em diferentes estados do país.


O vice-presidente da Venezuela, Elías Jaua, participou de um ato com jovens da população de San Antonio, vizinha a Caracas, onde afirmou que a juventude é tratada pela oposição como uma "mercadoria", enquanto Chávez os compreende e não os reprime.

Mais cedo, o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, ao ser entrevistado pelo jornalista e ex-vice-presidente José Vicente Rangel, do canal privado Televén, disse que a oposição faz uma campanha eleitoral para ignorar os resultados das eleições de 7 de outubro. Maduro advertiu, neste sentido, que "os que tentam incendiar o país com planos desestabilizadores, serão derrotados pela Constituição".

"Existe o plano HC (Hugo Chávez), que faz com que todas as instituições e o povo estejam preparados para que a verdade prevaleça e para que a Constituição seja respeitada, assim como o resultado das eleições", ressaltou o ministro.

Já Capriles liderou um ato de massas no estado de Aragua, onde se encontrou com funcionários públicos. O candidato prometeu que, se vencer as eleições, implementará planos para que eles deixem de ser "vítimas da insegurança". "A dois domingos das eleições, temos claro que o rumo é uma grande vitória do futuro e progresso", disse Capriles antes de iniciar a caravana pelo estado de Aragua.

"Eu asseguro que todos os senhores estão aqui porque estão buscam algo melhor", disse. Capriles adiantou, além disso, que antes de 7 de outubro anunciará alguns nomes de pessoas que farão parte de seu Gabinete.

Segundo o Censo Nacional de População de 2011, a Venezuela tem cerca de 29,7 milhões de habitantes. Destes, quase 19 milhões estão aptos a votar nas eleições do próximo 7 de outubro. Na Venezuela o voto não é obrigatório, mas segundo sondagem de diferentes institutos, cerca de 85% dos venezuelanos afirmam que comparecerão às urnas.




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