Correa não bate no lombo dos equatorianos
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Correa não bate no lombo dos equatorianos


Mario Guerreiro *

Como sabemos, na América do Sul candidatos costumam ser eleitos mediante um processo de tentativas e erros na esperança de um dia acertar.
Neste processo, de vez em quando, como candidatos de má aparência são eleitos e mostram-se decepcionantes, a sabedoria popular elege chicos muy guapos só para ver no que dá.
No passado, assim foram eleitos Alan Garcia no Peru e Fernando Collor no Brasil. E no presente, assim foi eleito Rafael Correa Dura no Equador.
No entanto, após eleitos, esses príncipes de contos-de-fada transformam-se em repelentes sapos.
Mas não podemos dizer que o povo não aprende com seus erros. Na próxima eleição, eles certamente votarão num asqueroso batráquio tendo a esperança de que ele se transforme num belo príncipe.
Como dizem os mais velhos e mais sábios: “Quem vê cara não vê coração”. “Por fora bela viola, por dentro pão bolorento”.
Desde que foi eleito graças a um desvairado populismo - páreo duro para Lulinha-Paz-e-Amor, Primevo Inmorales e Evita III – Correa Dura tem enfrentado duras críticas da mídia equatoriana.
Ele só recebe rasgados elogios de seu guru, Hugorila Chávez, El Coma Andante de Caracos, por ser um fiel seguidor do socialismo bolivariano, que é el socialismo del siglo veinteuno. Pátria o muerte, venceremos!
Nos últimos tempos, as críticas feitas pela mídia equatoriana têm se tornado insuportáveis para Correa Dura.
Dois autores escreveram um livro intitulado El Grande Hermano, mas não era sobre o Big Brother de George Orwell nem sobre o Big Brother Brasil (BBB) da TV Globo, sob o empolgante comando de Pedro Bial.
Tratava-se do irmão de Correa Dura, que se tornou grande graças ao enriquecimento ilícito, embora não tivesse se transformado de funcionário do Jardim Zoológico em rico fazendeiro criador de gado Nelore, como o filho de um governante de um país da América do Sul...
[Fiz uma boa carapuça, quem quiser que a ponha].
Esses autores ousados e indiscretos foram condenados pela Justiça equatoriana a pagar uma indenização de US$ 2.000.000 (dois milhões de dólares)!!!
Como se vê, denunciar Correa Dura, ainda que com base em fortes suspeitas, custa muito caro.
E é escusado dizer que “o bolso é o órgão mais sensível do homem”, como dizia J.M. Keynes.
Contudo, se aplicarmos aqui a análise das desvantagens comparativas, veremos facilmente que não foi tão caro assim...
Três diretores e um editor do jornal El Universo, por publicarem um artigo virulento em que chamavam Correa Dura de “ditador” foram condenados pela Justiça a três anos de prisão e uma multa de US$ 40.000.000 (Quarenta milhões de dólares)!!!
Se o referido jornal tivesse que pagar uma multa tão salgada, este seria o fim de El Universo, de acordo com a segunda lei da termodinâmica.
Mas, apesar da mão pesada da Justiça equatoriana, o Presidente tem um corpo de Rambo, mas um coração de Madre Teresa de Calcutá...
Num programa em rede nacional de TV, concedeu anistia a todos esses delinqüentes condenados por injúrias.
Mas não sem proferir uma sentença profunda e retumbante: “Há perdão, mas não há esquecimento!”
Desde criança que Rafaelito já mostrava sua grande vocação para a política. Com esse gesto magnânimo, ele deu dois recados:
Para o público externo, mostrou que a verdadeira Justiça equatoriana era a dele, liberal e tolerante, aceitando críticas e respeitando a liberdade de expressão.
Mas para o público interno é como se tivesse dito: “Desta vez, passa. Mas da próxima vez , passo. Passo o ferro nos meus contestadores!
Conclusão anticlimática: toda a esperança de liberdade de expressão e democracia na América do Sul está no Chile.

* Filósofo




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