CPI tem apoio de 67 petistas
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CPI tem apoio de 67 petistas


Por Anselmo Massad, na Rede Brasil Atual:

O líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e do PT, Paulo Teixeira (SP) não assinaram o pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Privataria Tucana. O nome dos parlamentares não consta da lista divulgada pelo deputado Delegado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) na quinta-feira (21).


O parlamentar comunista disse aplaudir o comportamento de ambos. Assim como o Palácio do Planalto, Vaccarezza alegou seguir a posição para "não olhar para o retrovisor". Já Teixeira optou por manter a neutralidade como líder de bancada, e evitar ver prejudicada a relação com outras legendas.

O líder petista garantiu que enquanto parlamentar teria assinado tranquilamente, no entanto, sua posição enquanto líder da bancada petista exigiu uma postura mais cautelosa. "Preferi não assinar por conta dessa relação imediata com o governo. Como o governo ficou distante de tudo isso, achei melhor preservar a instituição da liderança", esclareceu Teixeira.

Mesmo não assinando a CPI, o parlamentar garantiu que apoia as investigações. Ele lembrou que estimulou os demais parlamentares petistas a assinarem o documento. "A CPI não teria número se o PT não assinasse, e eu fiz um discurso na Câmara dizendo que era importante a investigação e incentivei os petistas a assinarem", contou.

Ao todo, 67 petistas na Câmara assinaram o pedido. "A bancada do PT se empenhou para colher assinaturas", afirmou Protógenes. Ele participou de lançamento do livro "A Privataria Tucana", do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, na região central da capital paulista na noite de quinta.

O livro traz documentos e informações contra o ex-caixa de campanha do PSDB e ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil na década de 1990 Ricardo Sérgio, apontado como "artesão" dos consórcios de privatização em troca de propinas. Outro citado é o ex-governador paulista José Serra (PSDB), que tem familiares apontados como agentes de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos na venda de estatais.

A CPI protocolada por Protógenes com 185 assinaturas de deputados federais deve ser aberta apenas em fevereiro de 2012, após o recesso parlamentar. A expectativa é de que o o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), cumpra o compromisso de instalar o órgão.

A investigação irá partir das revelações do livro de Amaury Ribeiro Júnior e promete convocar personagens envolvidas nas suspeitas de irregularidades no processo de venda de estatais durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.

O livro faz ainda críticas duras ao atual presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP). Ele é apontado como responsável pelo surgimento das acusações contra Amaury Ribeiro Júnior durante a campanha eleitoral de 2010. Protógenes evitou mencionar o episódio em seus elogios.

O jornalista foi apontado como pivô de uma suposta "central de inteligência" montada dentro da campanha da presidenta Dilma Rousseff no ano passado. O autor do livro sustenta ter sido alvo de "fogo amigo" entre petistas. Por causa do teor das declarações, Falcão chegou a apresentar queixa crime contra Ribeiro Júnior.

Teixeira ainda negou que a decisão de não assinar a CPI tenha alguma relação com a possibilidade de as investigações respingarem no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ou no governo de Dilma. Ele alegou que não tem a menor preocupação de isso acontecer.

Fator Dilma

Sobre o comportamento recente da presidenta Dilma Rousseff, Protógenes insistiu no tom diplomático. Além de tecer elogios a Luiz Inácio Lula da Silva, antecessor e padrinho político da atual titular do Palácio do Planalto, o deputado colocou Dilma na posição de figura "mais qualificada" do grupo político petista.

Ele ainda acredita que a presidenta evita envolvimento direto no caso por ter uma função institucional. "Mas Dilma gostaria de estar aqui conosco", apostou Protógenes.

Desde o lançamento do livro, Dilma disse não ter lido a obra ("nem li o meu (relato biográfico)", esquivou-se na ocasião) e vem adotando um discurso de que o Brasil segue princípios republicanos na relação entre partidos políticos.




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